7 de setembro de 2007

Para Sara, com todo meu amor e todo meu egoísmo

Fiquei pensando no dia do seu aniversário, no meu olhar na sua página, na minha intenção de escrever um email, na intenção de mandar um scrap, na intenção melhor de ligar, que tenta fugir dessa contaminação que a internet colocou na disposição das pessoas. E lembro que não fiz nada disso, que pensei em você e nas coisas boas pra te dizer, que pensei nalgumas coisas e esqueci outras, e que deixei tudo escorregar vendo televisão. E estou pensando no que você deve ter achado disso, o que deve ter achado da minha ausência, da minha desaparição, de tudo isso. Estou lembrando da minha desculpa de não mandar nada pela internet por causa do seu computador quebrado, mas sei que já cheguei no extremo do ridículo, pra você e pra mim, e não posso esperá-lo voltar a funcionar. Estou me torturando desde 17 de agosto com isso, com meus pensamentos, com suas lembranças e meus descasos, me martirizando, pregando na cruz, questionando. E então penso que talvez você ache que nossa última discussão, que na realidade nem foi discussão, tenha-me feito mudar alguma coisa, ou esquecer, ou desconsiderar e eu não queria nada disso. Mas não consigo mais saber que passou-se quase um mês desde uma data especial e você pode ter achado que não lembrei, que não fiz caso, que esqueci, que deixei passar sem dar importância. Mas, você sabe, eu sou craque pra erros assim. Eu sou 10 pra erros assim e depois eu acho que é justificável, ou que é consertável, mas na realidade, depois do erro, tem sempre o medo de não consertar. Na realidade, fico aqui comigo pensando se é um erro. Essa merda de convenção de aniversário ser data pra se vangloriar ou desejar boas coisas pra alguém quando eu já desejo sempre, nunca deixei de desejar, nunca desejei nada diferente que só as melhores coisas nas quais consigo pensar. Mas e a pressão de até quem mal te conhece te deu um simples "Parabéns" e eu não o fiz? Me assusta que você possa pensar que já esqueci nossas coisinhas e nossas histórias e conversas, mas eu não consigo(e talvez nem queira) passar por cima das loucuras da minha personalidade desastrada e esquecida, ou talvez eu não me esforce o suficiente. Eu odeio datas de aniversários e desejos de felicidades de um dia só, mas é importante pra você, eu acho, e parece um consenso mundial de que é, então penso se eu não estou sendo uma egoísta que prefere ver as próprias vontades de não gostar de aniversários e deixar passar em branco.
Mas não deixei. Eu pensei em você e isso fez diferença pra mim. Mas não saber se você sabia ou achar que você considerou um descaso meu tem me assombrado desde aquela data e não consigo mais passar uma semana sem pensar nisso, e por isso escrevo. Porque talvez não machuque relembrar meu amor por você, e minha consideração, e minha admiração e meu tudo que é demais pra ser posto em palavras. Eu não quero falar, e estou desconsiderando de novo seu desejo de que talvez você queira ouvir, mas eu prefiro me calar e me deixar sentir e ver o que eu sinto por você e o que isso significa e essa amplidão, essa amplidão, e esse respeito. E fim. E é simples e eu não queria complicar. Então desculpa minha ausência e minha falta de compromisso, e desculpa minha falta de tato e e todo meu egoísmo. Desculpa, se puder. Se não puder, não diga que não pôde, só me deixe acreditar que seu computador ainda não consertou e você ainda não leu o que eu quis te dizer e que quando ler tudo será calmaria de novo.
Eu te amo. Feliz aniversário.

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