5 de junho de 2012

Recife

As casas e as ruas do Recife Antigo de Manuel Bandeira são para mim a foto de mamãe, papai, de minha irmã, alguns vídeos, a imagem de tia Célia comigo no colo, também as corujas do interior, os milharais, as cercas tão longes que a gente nem sabia como ou pra quê chegaram ali. A velocidade que chegava lenta (mas chegava), os escolares cheios de criança sem nome, quanto escolar! O Recife de Manuel foram as ruas dentro de mim, nenhuma que ficou por mais tempo, todas iam embora rapidinho, sem nunca ir.

a viagem de bike a São Jorge

Onde o vento bate a(`)s pernas, no meio do amplo, onde o horizonte sou eu, onde a estrada continua, onde o fim é qualquer um, conseqüencia do início, há um longo espaço para estar. Levar-se tem já um tom de felicidade muito próprio aos incomodados, e a bicicleta deixa o mundo ser seu também. Distante, muito distante da janela, do fresquinho interno sendo calor lá fora, do aquecimento do motor, dos-pos-tos-de-gasolina e por conseguinte dos oleodutos, passo marchas com os dedos, engato-as com panturrilhas e coxas e paro quando a paisagem é inevitável demais para deixá-la passar mesmo a dez por hora.

3 de junho de 2012

em muitos espaços, sob a fina da camada da mesa de trabalho, sob o assoalho que subindo parece ralo, sob muitos e muitos lugares que, imperceptíveis, percebo, aquece-se uma memória de outras idéias, sensações e carinhos, que sabem ler tapetes voadores, que se agarram ao tempo, como os panos molhados em florestas de bambu, como o vento, o tempo, o tempo que.. longura... estica a quentura. Quanta dúvida paira sob o céu, que me segue, que me segue, que me cegue, queime e cegue... quanto céu sobre nossas dúvidas