19 de janeiro de 2010

(19/08/09)

Gingerbell, how dear, liked me the best
Would always have great, great things to dress
I saw her only a little, well time was short
And I had to see another thousand really attentive whores.

17 de janeiro de 2010

Um dia, eu não sei se aconteceu com vocês, eu me perdi. Eu pensei que todo amor, toda aventura, toda a desgraça e tudo o que não existe fosse caber em mim, fosse fazer parte de mim, fosse dormir sob a égide do meu conhecimento. Tudo que viesse ao meu conhecimento estaria subordinado a ele, tudo seria menos que a minha consciência, tudo seria meu. Até o dia em que eu fui traída. Nada parou de trabalhar, meus nervos, meus músculos, meu cérebro, tudo continuou perfeito. Tudo ainda se enquadrava na perfeição que os gregos desenvolveram para que fosse possível viver. Até o dia em que não mais. Era algo que se encaixava em tudo, nas leis da físicas, nas leis do universo, no meu colo. Tinha voz de homem, ser humano, e se a cabeça era esquisita, é porque era da mitologia. E se eu não conhecia a mitologia, eu certamente já tinha ouvido falar dela. Era algo que era nada. Era menor que eu, era simples, era uma equação de aminoácidos, de poeira, de qualquer coisa. Era simples. Era tudo. Arranharia meu rosto, se quisesse, mas não queria, era maior que eu, extravasava meu corpo, era gigantesco, era uma dor nas costas. Todo o resto virou uma ratoeira sem ser. Minha cama, meu caderno, meu não acordar. Tudo não era mais meu. Havia, ao meu redor, a aura da minha submissão, dos meus joelhos dobrados, ainda que eu permanecesse em pé na fila longa da lotérica. Não era uma questão de beleza. Há anos a beleza jazia fodida num córrego sujo de uma cidade do interior. Filha de alguém. A beleza era nada, nem mais nome próprio. E me prostrei de joelhos, duros e doídos, à margem e mercê de um ser ridículo, franzino e feio, como um doente, na minha frente, vestido, mas com pouca roupa, com algo que poderia ser nojento. Com a cabeça baixa, deitei, dormi, nada poderia fazer a não ser amá-lo, deixar que passasse sobre mim tudo o que era, sua elevação, sua transcendência, e ele, pequeno, não sabia que era grande. E quando soube, seu choque de Deus era a coisa mais feia que se poderia ver, natural e humana, era um deus feio e cedo, um deus humano, impiedoso e voluntarioso, mas me tinha, e fim. Quando chorei, deus riu e disse, com sua voz humana retumbante, eu sei e sinto muito. Mas me amou, para sempre e muito, e queria morrer em mim, mas ia me ver morrer antes, e ia sofrer por me ver menor, ia sofrer por achar-se menor, ia-me ver ser despejado no esgoto com os ratos; e ia querer se matar.

15 de janeiro de 2010

Today's Reason To Drink

Eu estou terminando nosso relacionamento. Sozinha. Você não tem como me convencer do contrário; afinal, você sequer sabia dele.

9 de janeiro de 2010

25 dobras na cama

As coisas são todas excessivas sem ser nada. Eu abro a porta do quarto e espero ver uma barata entrar, e eu nem sou GH. Eu nem li GH. Tudo por aqui é excessivo, e o quarto é tão claro que eu pareço um doente mental. O abajur de bolinhas de gude é tipo um entretenimento ao tédio. E eu não estou entediada. Eu estou esperando uma grande catástrofe ambiental que não virá, e eu vou tremendamente me importar se ela vier; eu não quero morrer, eu não estou pronta para morrer e por mais que eu desgoste dessa madeira clara dos armários, eu não sinto vontade de arrancar e destroçar as portas. Eu poderia estar verdadeiramente calma, mas eu não cheguei lá ainda. Eu estava lá, agora estou no meio caminho entre lá e o que fica do outro lado. Eu estou no desfile de moda do IESB, fumando cigarros com Beto e Pi, pensando nas coisas erradas que eu pensava e fumando o cigarro errado que eu fumava. Gradações acima fazem tudo pelo sabor. Eu não me lembro de uma peça de roupa. E eu me lembro que no intervalo tudo pareceu errado, e as minhas razões ridículas, e eu era um amor como um escarro, eu estava na lateral do espetáculo, no acostamento, e ainda assim eu era um aconchego. eu tinha sido já, minha época tinha passado, eu ali era não como um leftover, eu era como um grão de arroz particularmente gostoso de se ver, como todos os outros. O grande ponto do "particularmente", sempre, é o particularmnte que também acompanha os outros que estão ali exatamente como você, vocês são a mesma coisa, e não deve ser ruim. Eu estou, pulando de cigarro pra cigarro, como numa câmera cinematográfica, fumando pelo nervosismo e pra parecer legal, na frente de um bar, namoros terminados, suspenses- suspenses não sei, o meu blazer que não sabia se ficava no ombro, se ficava na pele, se ficava nos braços, não sabia se ficava, se será se tava bom, e o cigarro terminava e começava outro e corria sob meus pés sem eu conseguir apagar e nada parecia legal, mas deveria. Todas as coisas mudavam, o semáforo ia vermelho verde amarelo as pessoas mudavam posições as pessoas faziam outras coisas mudavam circunstâncias mudavam disposições mudavam conversas mudavam de lugar e eu estava ali, o cigarro na mão, o cigarro no ar, o cigarro no chão, o pé no cigarro, o cigarro na mão, o cigarro no fogo, os olhos pra frente, os olhos pra frente e o blazer no ombro, o blazer nos dedos, o blazer nos braços, o blazer na pele, e essa porra de blazer será se tava bom, será que, A barata, não entrou, e eu não sou, gh. "O cinema é verdade, a história é mentira." "E malucou até duas da madrugada, sem achar furo." Quando olhaste bem nos olhos meus e o teu olhar era de adeus, juro que não acreditei, eu te agarrei pelos cabelos e quebrei sua têmpora na parede, no sustento da porta, eu te amarrei ao pé da cama e te alimentei do meu pijama . Bem agora nessa cidade pequena onde todos se conhecem. E aqui vem a barata. As salas de sexo estão todas vazias. No meu quarto há 237 lajotas.

7 de janeiro de 2010

Um ano que o tio morreu. Onde esteve o ano passado, velho!?

5 de janeiro de 2010

Quando eu não respondo é pior. Mas daí eu me esforcei e respondi.
=)
Se eu sou simples? Sei lá, já comprei vestidos mais complicados.