30 de dezembro de 2007

utter[1]

utter[1] ut.ter adj total, completo, absoluto, rematado, incondicional. I am an utter stranger here / eu sou um completo estranho aqui.

19 de dezembro de 2007

era o que faltava

AINDA ESTOU PRESA EM 19 DE DEZEMBRO, ÀS 15H07!!!!!!!!!!!
Isso prova que meu blog é pior que eu para configurá-lo[ou "configurar-se"? tô na dúvida. sem ambigüidades subentendidas -da minha dificuldade de configurar a mim mesma-, estamos falando do blog.] (hoje é 04/01/08)
o blog continua marcando 15:07 para qualquer post de hoje.
que chato

vou sorrir quando você chegar

vou sorrir quando você chegar
para me dizer que não me esperou
, mas que o tempo bateu certinho.
e daí poderei deitar de lado
e apoiar minha cabeça na mão
enquanto deitada na sua cama
olhando você olhando para mim
e passando os dedos
por qualquer lugar que seja meu.
poderei também brincar com sua boca
antes de me inclinar para beijá-la.
e vai ser tudo muito novo

Quando quiser ser impessoal

say it in English

Sobre possibilidade

Sei bem que todas as minhas expectativas acerca de você podem ser falsas, e muitas certamente são, principalmente em torno do que pode acontecer.
Mas o que me mantém é o que você pode pensar sobre mim.

Sobre hipermetropia e astigmatismo

Faz tempo, algum tempo, que ela sumiu. Já não sei mais seus dias, suas aspirações, suas dificuldades, seus suspiros. Não sei o que quer nem se quer algo, se persiste ou se já desistiu, se ainda afoga no peito alguns sentimentos controversos que insistem em não ir embora. Não sei mais de si. A distância, o cansaço e o comodismo continuam a mitigar nosso contato, continuam a reduzir nossa presença até talvez o momento em que seremos mais duas estranhas ou duas amigas distantes cuja amizade congelou e que esperam ser capazes de fazer descongelar no momento do reencontro. Não gosto de contar com essas esperanças vagas e não mais intensas que a possibilidade de não se concretizarem, mas se ela quiser manter para si a certeza de que isso ocorrerá, não posso fazê-la acreditar na incerteza, nem quero.
Faz tempo que não a faço crer em nada. Faz tempo que não a faço crer em mim. Vive de lembranças e passado, de recordações de cores quentes ou frias, não sei, não sei mais do que vive. Possivelmente ela dirá que não preciso fazer com que ela creia em mim, já foi feito, já há a crença. Não gosto nem me baseio nisso, ainda que goste e, por vezes, me baseie. Nossas palavras têm uma intensidade mais branda agora, e não fui eu quem quis, nem sei se foi ela, talvez tenha sido o acaso, mas o acaso freqüentemente tem nome, ou é fraco, ou é mentira. Ou é realmente acaso. Não sei mais o que ela quer, mas suspeito que o mesmo que sempre quis em relação a nós. Creio que continua tudo forte dos dois lados da corda, mas não continua mais tão nítido, e não sei se a corda continua no mesmo lugar. Constrói-se com tanta dificuldade e perde-se tão rápido.
Não nos falamos mais tão sempre. E as certezas, quando vêm, vêm das fotos sépias. É lógico que estão guardadas, é lógico. Quando vejo aquela em específico, aquela espontânea, que eu só descobri que havia sido tirada quando me mostraram, sinto o aperto do tempo e o cansaço dos olhos, que se estreitam e tentam vencer a hipermetropia e o astigmatismo para ver para além da imensidão das águas. E então penso no quanto essas águas parecem um córrego em relação a outra pessoa, e sinto um orgulho tão grande por isso, por nós dois.
E era tão assim com ela. Mas gosto que ela tenha seu próprio tempo e espaço, que dedique-se a outras coisas que não a estar em casa vendo minhas palavras pelo computador. Gosto de saber que está bem e que o dia-a-dia tem sido bom e todo o resto. Mas não sei. Ouço outras vozes contar um pouco de si, para eu saber se vive ou se está já com um pé na cova; ouço meias histórias e contos e fábulas, mas não a ouço. E de repente, de uma vislumbre através da janela, atiro-me logo ao mar ao saber que nem tudo está como esperado, mas perco-a de visão rápido e, sem bóia e cansada, volto ao cais para aumentar o grau dos óculos tentando alcançar o Brasil com os olhos mais uma vez.
Culpo-a. Mais do que queria, porque não queria, mas culpo. Sou humana, como suspeitava. Mas não cobro, tento não cobrar, tento muito não cobrar. Cada um tem seu espaço. Eu só espero que ela não vá longe demais.

17 de dezembro de 2007

Sobre escolhas

" - I fell in love.
- Oh, as if you had no choice? There's a moment, there's always a moment, "I can do this, I can give into this, or I can resist it", and I don't know when your moment was, but I bet you there was one." (Closer)
E eu, continuamente, torço para que haja o momento em que eu possa parar de resistir.

16 de dezembro de 2007

I actually do tell people.
It is a way to ease the pain that'll never go away.
And though I believe you're really gone, I wish I had seen your dead body not only 'cause I regret not being there for you in the bad times, but also because I'd be 100% sure you won't ring me and say you are fine and all of this is merely a ridiculous joke.

Faço nossas

as palavras e a dor: saudade de criar futuro

13 de dezembro de 2007

Prosaico

adj. Relativo ou pertencente à prosa; que tem a natureza da prosa. / Que não tem elevação, que é comum, vulgar, rasteiro. / Que não tem poesia. HOUAISS adj. Relativo à prosa, escrito em prosa, da natureza da prosa, semelhante à prosa; [Derivação: por extensão de sentido.] sem poesia, sem sublimidade; comum, trivial, corriqueiro; Ex.: vida p. destituído de nobreza, de belos ideais, aferrado ao lado prático e material da vida Ex.: indivíduo p., preocupações p.

like shit

Tenho um medo imenso de falhar. Será que vou? Meu inglês está like shit.

12 de dezembro de 2007

Cativa

Vou ficar aqui calada, enquanto remoendo o mal que te fiz. Vou ficar aqui só, mais o travesseiro e as horas, que com a cabeça cheia que estou, meu pescoço há-de ser insuficiente. Vou choramingar baixo, que é pra ninguém vir me salvar e é pra ninguém se apiedar, que não mereço dó nem compaixão. Vou aqui remoer o mal que te fiz. Remoer minhas palavras vis e meus olhares cortantes, e vou apiedar-me da sua fraqueza pela primeira vez. Vou fechar as mãos no colo e lembrar que lhe torci o pescoço tantas vezes, e você esteve passivo esperando que eu o soltasse. Vou fingir pela primeira vez que sua fraqueza é positiva, e que você é indefeso como o cachorro que tive e que morreu cedo, depois de uma infecção que talvez tenha pegado de mim. Como você. Mas você não morre, você não morre, e eu não sei porquê. Não sou boa com armas que não se encontram no meu corpo, essas de ferro, aço, cobre, bronze, não sei. Sou só boa com minha ferocidade inerente, e com os rasgos que sei causar com o rasgo da boca e a agilidade do golpe das mãos. Mas você não morre, você não morre. Deveria se chamar Aquiles, mas Aquiles era forte, você não é. Por que você não morre? Vou deixar água parada no do seu quintal, vou afiar os espinhos da sua roseira, vou envenenar sua horta, vou deixar estilhaços de vidro pela casa, estiletes abertos embaixo do sofá, giletes cegas no banheiro. Ou vou voltar pra você. Talvez isso seja mais efetivo.

10 de dezembro de 2007

PRONTOFALEI

CARÁLEO, EU ODEIO CONFIGURAÇÕES DE BLOG.
PRONTOFALEI
ps.: e no fim escolhi a combinação do cores que já era proposta pelo modelo. How useless can I be?

Sobre combinações e arranjos

Estou há meia hora tentando mudar essa poha desse layout. Descoberta mais proeminente: eu sou péssima para combinações e arranjos e coisas que ficam bem juntas/separadas. Nunca seria decoradora de interiores. Nunca gostei de feng-shui. É essa característica das pessoas medíocres: desgostar daquilo para o qual não possuem talento algum.

Que não haja dúvidas

Estou muito, tanto, exageradamente sentindo sua ausência. Sinto incômoda sua falta e sinto a tradução dela na água que lava meus olhos e sinto meu desespero no apertar das mandíbulas. E sinto sua falta como se já te tivesse tido. Como se fôssemos já um do outro, mesmo que eu insista em dizer que ninguém pertence a ninguém, e que acredite mesmo nisso, e ache tal coisa mais bonita do que a pertença ao que se é alheio.
Mas fico pensando no quanto durará com essa distância. Penso que poderíamos tanto dar certo, mas talvez nunca saberemos. Acontece bastante comigo, "nunca saber". Será que será esse o caso? Não quero, não. Fico às vezes pensando nos meus dedos caminhando a linha do seu rosto, fico às vezes pensando no seu rosto na minha nuca, fico às vezes pensando nas suas mãos no meu quadril como se um dia houvéssemos caminhado por esses lugares, como se conhecêssemos tão bem nossas linhas como conhecemos nossos sentimentos.
Tanto não posso guardá-lo a salvo para mim, fazê-lo esperar. Tanto não posso guardar-me para ti, fazer-me esperar. O que será de nós, então? Terminaremos, sem ter começado, com a dor e o rancor característicos dos casais que se amam e não dão certo? Somos um casal? Seremos? Canso. É, eu também me canso. Por mais quanto tempo teremos de manter tudo isso em suspenso? E quando, de suspenso, tudo cair, talvez o estrajo seja... final. Talvez o estrago seja final. Tenho medo de tudo cair. E com meu ralo conhecimento do tempo e dos desgastes, diria que há grandes chances de cair.
Não quero perder isso. Não quero.
Eu te amo. Espero que não haja dúvidas.

9 de dezembro de 2007

FANTA!

Para não nos sentirmos pressionados com a imagem abaixo!
FANTA UVA!
mesmo que ela seja da Coca...¬¬

Do bom velhinho e da Coca

No início da história do Natal cristão, quem distribuía presentes durante festividades natalinas era uma pessoa real: São Nicolas. Ele vivia em lugar chamado Myra, hoje Turquia, há aproximadamente 300 anos AC. Após a morte de seus pais, Nicolas tornou-se padre.
As histórias contam que São Nicolas colocava sacos de ouro nas chaminés ou os jogava pela janela das casas. Os presentes de natal jogados pela janela caíam dentro de meias que estavam penduradas na lareira para secar. Daí a tradição natalina de pendurar meias junto à lareira para que o Papai Noel deixe pequenos presentinhos.
Alguns anos depois, São Nicolas tornou-se bispo e, por esse motivo, passou a vestir roupas e chapéu vermelhos e barba branca. Depois de sua morte, a Igreja nomeou-o santo e, com o início das celebrações de Natal, o velhinho de barba branca e roupas vermelhas passou a fazer parte das festividades de fim de ano.
Até o final do século XIX, papai Noel era representado com roupas de inverno, porém na cor marrom. Em 1881 a Coca-cola realizou uma grande campanha publicitária vestino Papai Noel com as cores vermelha e branca (como as de seu rótulo) e acrescentou-lhe um barrete vermelho adornado por um pom-pom branco. Tal campanha fez um enorme sucesso e a nova imagem de Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.
[As fontes são várias e variam os dados, mas essa foi a mais sucinta que achei na minha busca aprofundada de 5 minutos. Ah, e lógico, uma pitada de Wikipedia no final, último parágrafo.]
Nota: Em Portugal, Papai Noel é chamado "Pai Natal". Tem mais lógica que o nosso, quer ver:
Na França:
Pai = Père; Natal = Noël
Papai Noel = Père Noël
Na Inglaterra:
Pai = Father; Natal = Christmas
Papai Noel = Father Christmas
Na Itália:
Pai = Babbo; Natal = Natale
Papai Noel = Babbo Natale
Whatever, sou mais Papai Noel. hihi

7 de dezembro de 2007

Let's

- Do you love me?
[three seconds silence]
- thank God, let's go naked.

6 de dezembro de 2007

Sobre esperas

Quando você some por muito tempo, sem dizer para onde e sem dar sinal de vida por o que parece uma eternidade, relegando-me a viver na certeza intangível(tão tangível quando você está presente) da nossa afeição e na ausência da concretude da sua voz, da sua presença, do nosso esforço, da nossa carência, da nossa insistência através desse tempo e desse espaço por vezes tão incrivelmente inimagináveis, e vem depois falar-me naturalmente, como se houvéssemos conversado ontem mesmo sobre como andava a semana e a rotina, por vezes sinto que posso sacrificar minha felicidade e minha vontade de falar consigo para sacrificar também a sua, para frustrar seu desejo de ouvir de mim alguma coisa, de sentir minha presença e reabrandar a saudade.
Mas calma, algumas coisas ficaram mal explicadas. Não quero que você saia com a crença de que quero controlar suas idas e vindas, que quero sempre manter rastro de onde você vai e quanto tempo vai demorar, que estou atrás de saber sempre seu paradeiro e de manter-lhe sob minhas vistas. Não é isso. Mas entenda a tenuidade de tudo pra mim. Também não é que duvide das certezas que criamos, não, não é isso. Não acho que uma ou duas semanas vão fazer esquecer as roupas que rasgamos para chegar a esse estado tão(na medida do possível) seguro de sentimento. Mas entenda, por favor, ou ao menos tente, que não tenho nada nas mãos, nem tenho meios de me assegurar para si, de assegurar minha companhia, de fazer sua rotina ter a minha presença mesmo que eu esteja ausente. Tento tanto, porque me é tão essencial, conquistar-lhe a cada dia, em cada conversa, cada olhar, cada confissão, porque pra mim é tão isso que mantém tudo real e importante e duradouro e seguro todos os dias.
E estou mesmo ausente. E os custos são tantos, você sabe. E não tenho como mudar isso. Essa condição será essa condição até a volta, e a volta está mais próxima a cada dia que passa, e gosto disso, e você gosta disso, e esperamos e torcemos, mas a minha insegurança é quase tão irremediável. Não gosto de ter segurança quanto ao sentimento dos outros, mas isso num sentido de que não gosto de ter a crença de que são imutáveis, de que são já tão enraizados que resistirão ao intemperismo de tudo, e os intemperismos são tantos. E quero brigas também. Discussões e revoltas e testas franzidas e tentativas de fazer-se entender e depois paz. Quero aquele cotidiano que vivemos e o que não chegamos a viver. Mas posso esperar. Porque isso é tão maior.
E posso esperar que você faça o que tem que fazer, pelo tempo que precisar, e posso esperar sua ausência quase completa voltar a ser presença parcial. Posso e vou esperar, mas não é simples, nem é fácil, nem é prazeroso, nem é tão tranqüilo como seria bom que fosse ou como faço parecer.

5 de dezembro de 2007

Sobre estética

A aparência desse blog é muito erudita e quadrada? Estou pensando nisso...

deveria ter sido dito antes que

a citação entre aspas de Sobre sua respiração e todo o post de ma petite fille, à exceção do título, são de Roberto Murilo (Putz,,,) e do filme Amélie Poulain, respectivamente.

4 de dezembro de 2007

ma petite fille,

Sans toi, les émotions d'aujourd'hui ne seraient que la peau morte des émotions d'autrefois.

Sobre medo

Tenho tanto medo que minha antecipação e minha euforia e minha imaginação e minha precipitação e minha ânsia sejam a ruína de tudo que ainda não foi.

3 de dezembro de 2007

Sobre sua respiração

"seria agradável deitar a cabeça no seu peito e simplesmente ouvir os ruídos e sua voz baixa enquanto o quarto está escuro."
consigo imaginar, ainda, como cúmulo da perfeição da calmaria e da completude, sua respiração erguendo e deitando o quarto e seus dedos, arrastados, rabiscando meus cabelos e acidentando-se na minha nuca.
e você, que tem dúvidas se isso é para si, ainda me pergunto como é que as tem.
e você, que não sabe que isso é para si, ainda me pergunto se um dia saberá.

1 de dezembro de 2007

Sobre mim, como todos os anteriores

A escuridão escondida no fundo dos olhos, quase por trás da retina, que é para não ser vista nem por si mesmo, mas já está dentro de si. A gota de limão no corte do lábio e o fechar de olhos forte depois disso, para fazer passar o azedume que se engole noutras ocasiões. E de gota no lábio, o limão agora já está na garganta, e até hoje não entendo como é que, estando na garganta, ele impede a lágrima de cair dos olhos. O corte no mindinho feito com a folha A4 astuta, rápida e decisiva, bem na altura em que a junta dos ossos faz dobrar a pele e apertar o machucado. A folha A4 que deveria conter a carta que eu lhe escreveria, mas que já é mortal por si só, sem meus escritos, quanto mais com minhas palavras viciadas, vis e viscerais. E as vísceras já cheias de limão e o cérebro temeroso da verdade dessa frase, e temeroso da exposição ao sol, que faz tatuar tão profundo as marcas das escolhas. Minha alegria é meu cansaço, como diz uma das possíveis interpretações do que Adriana quis dizer, porque meu cansaço é minha certeza de resistência. E que tão ridícula é a resistência daquilo que foi escolha própria. Caminhos tantos e tão cruéis, tantos e tão realizadores e o acaso, nossa metafísica, e nossa intersubjetividade, nossa metafísica. Caminho tanto e chego sempre ao mesmo endereço, do lado de cá pra quem me repudia, de lá pra quem bem me quer. Na realidade, nem caminho tanto, vou mais de ônibus e metrô, sem me meter na vida dos outros e sem dizer bom dias e, quando dizendo-os, não esperando retorno. E cada um no seu microcosmo sentado do lado de quem pode ser seu salvador, mas está mais perto de ser quem o pregará na cruz. E as mentes que se esquecem que somos todos homens e todos homo por todos sapiens. Mas somos todos brutais, mais que macacos e mais que leões, mais que as divisões e as barras das celas, mais que as ruelas e os becos, que ainda para alguns servem de abrigo. Mas somos todos desabrigados pelos outros e todos de roupas rasgadas e caras com máscaras porque todos tememos a beleza não idealizada e não exagerada, a beleza que não se leva para cama no fim da noite, a beleza que não se vela no fim da vida, mas perdura nos olhos de quem a descobriu sem querer e não sabe onde guardar. E nossas mãos seguras nas bordas dos bancos e nós que vemos os bandos que se cruzam sem ser ver. E o excesso da falta do que sustenta e do que dá sentido, e a falta dos velhos vestidos e de tirá-los aos poucos como um dia não se previu. E a lembrança da secura do tempo e a vivência da secura das pessoas.

Revolta

Alma que sofres pavorosamente
A dor de seres privilegiada
Abandona o teu pranto, sê contente
Antes que o horror da solidão te invada.
Deixa que a vida te possua ardente
Ó alma supremamente desgraçada.
Abandona, águia, a inóspita morada
Vem rastejar no chão como a serpente.
De que te vale o espaço se te cansa?
Quanto mais sobes mais o espaço avança...
Desce ao chão, águia audaz, que a noite é fria.
Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste
O mundo é bom, o espaço é muito triste...
Talvez tu possas ser feliz um dia. Vinícius de Moraes