29 de agosto de 2009

ei, maria, é tudo razão da tigerlilly

There came Tigerlilly, Carroll lurking from a distance like her father. She got so close to me, but so close I shivered a bit. Them she said if I could wait a little longer that I'd see her love me. I don't think so, Lilly, but Carroll is always the one that can brighten up my day. He blinked, but knew the advice was poorly sound.
I love you, I love you, I love you she said, and she had such beautiful legs, and a most fantastic air around her eyes. A butt of an innocent girl and red lips as if she was someone's daughter. A fake laughter, so fake, oh God, so fake she liked to think it was an idiossincrasy to laugh like that. And also she'd lie greatly and poorly at the same time, 'cause she had a tick on her right eye when she did so, but it was hard to notice it. Nevertheless, she said she loved me. And I, oh I felt nothing, just a soothing comfort inside, seeing someone would break their hearts over me. And I watched with a killer's patience her love spread itself upon the table, that bar table among friends and dwarfs, those weird scenarios I kept facing. But them the light touched the outside skin of her tigh, and I could barely stand it, so I reached out my hand to touch it, and in the meanwhile her love ended. She got up from the table naturaly, I think no one had noticed she had ever been there, and she sat three chairs from me and I had this hand outstretched catching air and a bit of her cheap scent. At least it was cheap.

26 de agosto de 2009

Eu tô morrendo de vergonha de ser eu

_|_

MEU URSINHO É UM TRAVESSEIROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
granola, me ama. me ama, vai.
QUE DROGA, EU ODEIO ME SENTIR VULNERÁVEL! CA-RA-LHÔ!

24 de agosto de 2009

uma ânsia quase infantil, se não infantil de fato e de todo

20 de agosto de 2009

Jack Lilly Lee

Jack Lilly Lee was always kind to me
When I was really needy he would let me pee
Jack Lilly Lee had a beautiful tree
I wonder why it had a rope he named after me
Once upon a time in a very distant land
He said he met a lad he could barely stand
I understood him perfectly ‘cause once i met a boy
Who was really a lot more boring than my most useless toy
And Jack Lilly Lee must’ve liked my comparison
Cause he squeezed my cheeks until it changed my complexion
We went out one day cause he was on a date
He was kind enough to say i was a special kind of mate
He said i was very gentle and that she should see
That when we played colonization, i’d let him have the wip.
The day after that we played jockey
I’m sure he was trying to hit the horse with that stick of hockey
He taught me once how to fix a lamp
It was only a pity he didn’t say my clothes shouldn’t be damp
Anyway, anyhow Jack is a really nice fellow
It was an accident I swear, but he surely now looks a lot more yellow.
When the gentleman with the black coat arrived
He thought I was the requested private
He opened his suitcase with one hand
With the other he told me I was a rat and not a man
I sat on a chair, I did not feel like crying
I was only tired really, which was a bit surprising
He had a wife back in Arizona
Three kids, a dog and a little marijuana
He was a soldier since he was born
Cause he liked to kill and to leave things torn
As for me I was a Barbie or just an ugly hairy doll
Also, he said with conviction, I was to stay against the wall
I asked intrigued why the fuck he needed me
He said he had a new gun but no piece of meat
Three steps to the door
One chance in a million
He said don’t bother darling
I promise to wear the black ribbon.

18 de agosto de 2009

Escreveu, pôs lá: mulher solteira procura homem atraente, charmoso, bem sucedido, na casa dos 30, cabelos curtos, olhos castanhos, mais de 1,75m, corpo bonito, leitor de bons livros, apreciador de boa música, de família interiorana e pacata e cuja vida amorosa não foi muito turbulenta. Esperou um mês, depois dois e depois três. Quando passou quatro e meio resolveu mudá-lo. Achou que pedia demais, e que dificilmente encontraria tal perfil. Escreveu: mulher solteira procura homem atraente, bem sucedido, na casa dos 30, olhos castanhos, mais de 1,75m, leitor de bons livros, apreciador de boa música, cuja vida amorosa não foi muito turbulenta. Achou que deixara de fora bastante, afinal charme, cabelos curtos, corpo bonito e boa família eram boas especificações do que procurava; mas, enfim, era melhor assim. Depois do quarto mês de espera, começou a engordar. Relia o classificado duas vezes ao dia para saber se era mesmo bom e se o tinham colocado em uma posição favorável na página, e pelo menos sete vezes checava a caixa de email. Recebeu um um dia, com foto e tudo mais, e achou que o sujeito não tinha entendido a chamada. Ignorou. Um mês depois, mudou o anúncio: mulher solteira procura homem atraente, bem sucedido, na casa dos 30, leitor de bons livros, apreciador de boa música. Imaginou que a aparência limitava muito a possibilidade de achar alguém, e entregou-se ao Deus-dará. Deus-dará que nada, Deus era guloso e nem com esse descrição seca dava-lhe alguma coisa. Deixou o tempo correr e o anúncio ficar, e ficou lá, nas páginas dos classificados, no seu perfil na internet e no site de relacionamento, bem como em alguns postes espalhados pela cidade. E ficou, ficou ficou. Quase esqueceu-se, mas não esquecia de fato. Quando relembrou-se, mudou-o de novo. Escreveu que procurava um homem apreciador de boa música e literatura. Meses. Ninguém veio. Mulher solteira procura homem. Nada. Voltou a sofrer ininterruptamente. Tudo somava já anos. Não sabia quantos. Devia ser mais de meia década, certamente era, era sim. Olhou para o anúncio colado no teto do quarto antes de dormir. Olhou, olhou muito, não parava. Resolveu fazer tudo - se estava na chuva era pra se molhar. Escreveu: mulher solteira procura alguém (assim mesmo!, sem especificar o sexo!). Semanas! Meses! Mulher solteira procura. Encontrou muita coisa. Apartamentos, propostas de emprego, chaves perdidas, carros seminovos e novos a preços imperdíveis, parcelamentos a perder de vista, sapatos em promoção e roupas fantásticas em brechós desconhecidos. Tirou o anúncio dos classificados e de todos os outros lugares onde estiveram afixados. Carregava agora somente o cartão de apresentação, porque afinal era imprescindível. Fundo branco, letra preta, Times New Roman, 12, sem frescura: mulher solteira.
Eu tenho medo, é simples.

15 de agosto de 2009

?

há tantas coisas que quero dizer, metade delas estou me mentindo, ou estou criando pela necessidade e até que ponto isso é uma mentira então tenho tanto a dizer tanta coisa que quer ouvir tanta coisa que quero dar que no final talvez só me queira mas ainda assim tento tanta coisa a te iludir e tanto lugar pra te levar tanta coisa a esconder e tanta coisa e tentar tenho uma série de argumentos que você devia ouvir e uma vontade de sexo que você partilha tenho vontade de calma e tenho também não sei necessidade de espaço quero ser de uma forma diferente digo diferente do que já pratiquei ser e fazer quero espaço sabe quero menos imprevisibilidade penso quero poder te iludir e me iludir e terminar sem que isso seja o fim do resto que já tinha e de carinho e consideração e atenção e freqüência não sei você acha isso possível você me acha mais possível do que eu acho você
Me queria, mas também de alguma forma havia todas as coisas que se prenderam à rotina de não pensar em quereres, nem tolerá-los. Já aos dezessete beijava meninos pelos quais não tinha nenhum tipo de opinião, e então não precisava pensar em querê-los, desquerê-los, apaixonar-se ou arranjar dores de cabeça. Aos vinte e dois recusou um emprego de consultoria e quando o dinheiro apertou recusou ser manicure para não ter de sugerir cores. No geral amava do mesmo modo a que assistia televisão: pelo acaso, pela sugestão alheia, ou pelo cansaço à resistência. Mas tinha gostado com especial atenção do cachecol vermelho que eu vestia, e gostou-me por tabela. Estava claro que gostava do cachecol, e assim por esperteza e experiência nunca o tirei quando ela estava. Não a queria, nem estimava, nem sentia curiosidade, só não pude evitar querer domar o gato selvagem. Mas não era especialmente bonita, ou especialmente inteligente, e só se tornava mais intrigante que o resto pelo voluntarismo ocasional do meu capricho. De qualquer forma, me queria. Durante filmes franceses, fazia diálogos que pensava serem possíveis em vida real, e às vezes praticava com caras fatais em frente ao espelho, e quando esbarrava na ausência de um real querer por mim, era salva por acabar se sentindo ainda mais francesa. Enlaçou-se num relacionamento para fazer-me ciúmes, e fez, mas ainda não fazia sentido olhá-la como se não fosse minha, porque era, e seria. Sentava-se no meu colo em várias outras pernas, em especial porque teve quase todos quanto precisou, e quando se aninhava nos outros fechava os olhos, pensava no cachecol e regozijava-se na sensação de trair. Hoje com o relacionamento terminado, não me toca, mal me olha, e procura me machucar forçando sua presença no meu espaço quando me vê socialmente. Gosta de me desprezar sugerindo no rosto um sorriso que eu não poderia provar a ninguém, ou às vezes piscando os olhos de um jeito lento e incompleto, que faz com que se sinta gatuna. Confusa e ridícula, quer tudo.

14 de agosto de 2009

Novo kit sobrevivência

  1. Água
  2. Chocolate
  3. Frutas
  4. Leite
  5. Café da manhã
  6. Filmes
  7. Comida saudável
  8. Livros
  9. Internet
  10. Quebra-cabeça
  11. Lenço de papel
  12. Spray de garganta
  13. Exercícios psicológicos de satisfação, felicidade e prazer

Aceitam-se sugestões.

9 de agosto de 2009

quero uma coisa bem drástica, como um amor retribuído. quero algo pra dar medo, tipo um susto bom
ou sexo regular sem compromisso.

8 de agosto de 2009

Archive 06/12/08

Parece óbvio que é um país do exterior; não é. Lisboa pra dentro costura como uma cidade brasileira, e a escuridão e o amontoado das ruas é o mesmo. De cima talvez tudo seja uma grande São Paulo, mas pequena. E em cada unidade há menos carisma. Ainda assim você pensa que a Lisboa Antiga, rasgando Alfama e Graça e outros bairros é diferente e curiosamente mais histórica e refinada. Na realidade é só o ar de lirismo.
Da saída do avião, ainda era escuro como se fosse noite, mas batiam seis e meia da manhã. O sol nasce na primeira metade das sete. Quando os pés tocaram o cimento do lado de fora do aeroporto, era claro e frio. Nada era esquecido. A rotatória, as pistas, os semáforos. As pichações nos muros e biombos de metal e as estruturam de ferro que constituem uma passarela que nunca vi usada. Me lembra a branca que leva da estação de trem em Belém ao outro lado da rua, que percorri com Du há quase um ano em direção à Pastelaria. Quiseram ler minha mão no caminho, e não é tão simples despistar as videntes, que falam português, espanhol e arranham inglês, mas foi. Naquela época ainda tudo era diferente, tudo, tudo. Mesmo eu caminhava com outra postura e sorria por motivos diferentes. Já naquele tempo, though, não sorria por estar em Lisboa e por estar em Lisboa sorria menos.

5 de agosto de 2009

ai ai ai

Ai meu deus, ai meu deus e preciso ouvir coisas doces para dizer de coisas simples e amélie. coisas amélie é uma designação, entende?, amélie é um adjetivo. mas então, preciso ouvi-las doces pra falá-las doces. e como ainda não te tenho sob a asa e o carinho, ai, não sei, c'est l'amour, c'est moi, c'est toi e esse corpo que fica porque fica chamando minhas mãos, querendo eu procurar encaixe, sei que há, que é possível, que será uma delícia, leve e despreocupado, eu te quero, você perto, pára com isso, me disseram que pode ser pela exigência do meu carinho o seu medo, deixa disso, me disseram que você não me rejeitaria a não ser por circunstâncias, deixa delas, me disseram essas coisas, seu corpo me diz umas também, você me quer, ai meu deus, você tem curiosidade, vai eu sei, vem eu sei, vem e calma, pelamor, é simples, não estou oferencendo nada, nem vou, só vou quando for, e calma, ninguém vai morrer, digo eu não, não irei, tranquiliza, não tem desespero mas da última vez eu sei que eu fudi tudo assim um pouco da chance

2 de agosto de 2009

Lá nós de novo Maria e João suas pernas todo o resto penso agora tenho dizer sempre se apaixona eu e espero sempre eu perverte não percebeu como se dão Ainda a violência o estupro a filha mais nova outro você
Tinha o falso pudor das pessoas que são sempre sensuais de parar com uma perna dobrada quando nua, amarrando suspense em torno do quadril, escondendo algo que dantes, ou Dante, já havia exposto. Recusava-se a andar nua como Eva, sem mistério, e de alguma maneira nada era revelado no seu caminhar opressivamente despido e fino. Nem os seios, quando mostrava, mostrava. Era como se os doutrinasse para manterem-se sempre calados e sérios, debochados por trás de sua indiferença felina. Oprimia sem interagir, com o talento dos verdadeiros ditadores, e quando falava de ditadura sabia passar a fúria serena dos bons oradores. Mas principalmente não orava. Era atéia, como tinha que ser, e também cansada, estática e estética. Sentava-se sem tocar a superfície, fazia peso de respirar e pesava açúcar com duas colheres.

1 de agosto de 2009