30 de julho de 2013

Tanto tempo demorou do ombro até a lateral do braço, que ali era certeza que se foi meia festa. Quando a alça ameaçou cair, o primeiro tremor de terra.
Observo-me; quero estar em todos os beijos que vejo quase acontecendo, quero todas as mulheres que desejo, desejo todos os homens que quero, esquivo-me de tiros perdidos mas me atiro na frente de tantos outros, escondidinha, para só um saber que caí e vir buscar meu corpo. Andarilho entre silenciosos, e parece que descubro aquilo que não vão dizer a ninguém esta noite. Percebo suas intenções sussurrantes, porque também sussurro, e procuro o que sussurrar, e a quem, a troco de nada, a troco de mim mesma, a troco de tudo

25 de julho de 2013

um passarinho subiu dois degraus da árvore aos pulos, bem pequenos, bem calminhos. Encontrou curiosidade na folha verde que não deixava ver o que havia detrás, havia um galho. subiu o galho em um pulo cego, deu de patas no tronco fino. escalou, num só olhar, alguns metros de gravidade, chegou acima onde a vista é mais clara, e da claridade viu debaixo tanta folha verde que mais uma vez sentiu no estômago a sensação leve e embrulhada de mergulhar no conhecido desconhecido

17 de julho de 2013

Escrever... escrever... não que só me reste isso, mas me restam muitas coisas que só limpo assim, varro por dentro, vou reunindo tudo, mas como pó elas sempre grudam em coisas novas e vão ficando, vão ficando para sempre, compondo o que sou eu

9 de julho de 2013

Eu!, o que me resta fazer?! Venho pra cá, que senão lá eu conto logo tudo, estrago várias noites de prazer no escuro, contando casos mil e um mais interessantes, ouvindo sua respiração(,) roçando seu peito, fazendo de tudo um pouco e contando sempre mais quando você quiser, tudo bem eu digo, pode judiar

2 de julho de 2013

Tão bom brincar com o tempo, parece besteira fazer-se flutuar a troco de nada, em criatividades de nada que me levam tão longe. Parece besteira pensar em quê fazer, se fazer é já ter feito, e a decisão parece apenas oportunidade momentânea de fingir o futuro. Odeio, e arrisco, tomar decisões: prefiro o dia a encaminhá-las por sua própria liberdade de não ser eu, e me fazer.