29 de abril de 2008

Mariana Duarte

Tem alguma coisa sobre ela, alguma coisa, eu não saberia dizer -somente parcialmente, se um dia fosse necessário tornar isso claro-, que faz a existência ao seu lado fácil, e o ar mais leve, e as coisas mais gostosas pelo simples conhecimento da sua presença no quarto. É fantástico. E de certa forma o melhor de tudo é que não necessariamente seria assim, não necessariamente seria tão analgésico, mas é a forma como ela se faz sem se fazer, a forma com que é sem perceber e com que se dispõe sem achar que está dando muito que faz com que o ar ao redor de si seja mais curandeiro que qualquer prescrição.
[Esse é um dos posts mais claros que já escrevi- tenho certeza que pelo menos um de você reparou. É a falta da necessidade de esconderijo que vem dela.]

18 de abril de 2008

But be careful

Se você parar para pensar de fato, por quantas pessoas do seu dia-a-dia você poderia se apaixonar?

13 de abril de 2008

Sinto muito

É só que não posso evitar. Sentir muito.
Sinto muito. Por todo esse tempo e tudo que não pude ser e tudo que não pude (des)cobrir, e tudo que não pude sanar, preencher, fazer, estar, ouvir, dizer, estar, estar, estar. Sinto tanto por não ter podido estar. Ainda egoistamente sinto muito por não ter podido estar. Sei que foi preenchido o espaço, mesmo que não tenha sido preenchido, e sinto muito, ainda que pelo seu bem estar seja eu extremamente feliz pelo fato de alguém ter estado presente quando você precisou. Sinto muito, eu sinto muito. É lógico que sou alguma coisa, muita coisa, e que somos e queremos, mas sinto tanto. Menos que você, talvez, não sei. Às vezes, pensei nisso hoje, agora, gostaria que você ralhasse comigo por eu ter estado ausente, por não ter sabido, não ter feito, não ter dito, não ter estado, mesmo que a culpa não seja minha, mesmo que nada ainda seja meu, nem eu, nem nada. Que me culpasse pelo que não fui responsável e me batesse dolorida, de qualquer maneira dolorida, e talvez chorasse pelas lacunas que não pude preencher, e não pude preencher tantas, e você recebeu tanta argamassa de outros lugares, e sou feliz por isso, mas sou também triste. Sinto tanto, tanto. Bem egoistamente falando, não me culpe. Não pude estar e não estive e não te conheço tanto, e tudo que eu poderia e quereria e queria ter feito já foi feito, já é comum, frequente, trivial. Para mim descobrir-te ainda é encontrar o caminho para as Índias, mas sei que já lá chegaram e já descobriram o que falta e o que há em abundância. É lógico que fico triste com isso. Ainda eu na minha cabotagem e outros já nas especiarias. Fico triste por mim. E a tristeza sai pelos poros e levanta os pêlos de todo o corpo, e sinto-os tentar reter o calor, mas já se foi. E a porta também já fechou, sem metáforas com isso - a porta metafórica mantem-se aberta -, e você já volta logo para casa, a minha, a nossa, temporariamente a sua, mas a sua é o mundo, isso é lindo. Você não acredita, eu sei, e tento lhe mostrar o quanto é bela por ser só sua e querer, por vezes relutantemente, dividir-se, "emprestar-se", como disse sobre si mesma outra pessoa que também partilha desse seu ar de filha do mundo.
Mas, olha, sinto muito. Por que você não me bate e chora, sobre mim, como que para me expiar o pecado da ausência, tão imensa, tão imensa, torturante e opressiva?

4 de abril de 2008

44

Beijosmeliguem. O código é 44.
[Isso não é um adeus, só um "longos períodos de ausência são possíveis".]
;)