30 de junho de 2008

Seria legal se você se perguntasse

Eu não sei se você já se perguntou, mas sim, você me faz mais triste que feliz no momento.

29 de junho de 2008

Sobre não usar Infância em poemas e o posterior - e não-relacionado - abandono da poesia

Os poetas, sabe-se lá por que - eu não sei -, tem dessa de evocar a infância. Como se fosse ventura maior, como sendo o auge de suas vidas, pela beleza de suas perninhas firmes sem a necessidade da malhação. Eu, quando me dava por poeta, não evocava a infância. Não que não a tivesse como cara, ou que não a tivesse de todo - há quem não tenha -, mas só que a infância não me tinha mais beleza que o agora. Também eu-poeta não era algo que valia ouro.
Com um quê de ambição infecciosa -que ainda tenho-, gostava de achar que seria importante, quem sabe que mudaria o rumo da poesia brasileira!, e até quebrava padrões linguísticos e me metia a tomar o errado pelo certo e a colocar certo no errado - e penso que ainda o faço; afinal, no que melhorei? -! Escrevi de Chico, de Vinícius - que tinha como caro; não mais o tenho assim tanto, pois que reconheci que não o conheço -, de tristezas, um pouco de amor - o pouco que soube - e outros atrevimentos, mas não escrevi de infância. No máximo escrevi daquela minha juventude à toa que achava que tinha, e invocava mamãe para substituir a andorinha de Manuel Bandeira - que é o homem mais bonito da Terra. Mas não achava a aurora da vida os anos de pique-pega e esconde-esconde, nem de cabra-cega, nem de gato-mia. Achava que a aurora da vida ainda não tinha chegado - e não tinha -, e seriam os anos que são esses de agora, e olha!, estou de acordo com minha cabeça de 17 anos - vá lá (raios de expressão portuguesa!), dois anos podem mudar muita coisa; para mim mudaram.
Creio que, se ainda hoje em dia não tivesse perdido o ridículo de querer ser poetisa - nada de ofensa aos poetas, é que não tenho lá muito talento -, teria como tema mais querido a sensualidade, a sexualidade, o feio como belo, o caos e o estar sozinho no mundo. Quanto à sensualidade e a sexualidade, às vezes tenho como problemas, porque me parece de tempos em tempos que sou mais ligada a isso que o resto, mas acho só que o resto esconde melhor e tem a triste qualidade de disfarçar interesses com exímia habilidade. Mas enfim, bendita a hora em que larguei os versos e resolvi escrever em linhas contínuas.
Na oitava série fiz uma série de poemas tão medíocres e fui elogiada pela professora com tanta efusividade que hoje isso se tornou até emblemático de quão ruim era minha poesia. Alguns dos poemas fiz com o mais ridículo e insignificante concretismo, tendo como simples e único objetivo o de parecer domadora de palavras e construções e técnicas e tudo menos mediocridade. Ela achou lindo e usou em escolas públicas. Depois nós não entendemos a qualidade do ensino...
Mas não tenho tino pra poesia. Minhas preferidas são poucas - porque poucas valem alguma coisa -: uma feita numa aula de Introdução à Ciência Política, que começou baseada na professora e terminou em 'Amélia que era mulher de verdade'; uma que pretendia ser sobre tudo, e para mim foi; uma que se perdeu em computadores e era minha predileta, e agora só me lembro do verso 'como navios em estaleiros', que era o nome - e eu descobri que conhecia a palavra 'estaleiro' quando ela me veio de repente para fechar esse verso (acho que a professora da oitava tem esse poema) -; a que matei Gabriela; e outras muito poucas das minhas infindáveis tentativas. É bom que não passo a vergonha de me crer divisora de águas quando sou nem divisória de páginas.

Sobre Portugal

Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
(Manuel Bandeira, Poema do Beco)

24 de junho de 2008

A velha e todo o tempo do mundo

Sentava-se com a sacola nos pés e a bolsa no colo, um pouco sobrecarregada com também o saco de mixiricas. Não pareceu surpreender-se com o tranco do metrô, ainda que o pescoço tenha sido puxado para trás com força e logo em seguida um pouco propulsionado para frente. Quando a olhei, estava já na metade de uma das frutas, e sugava um de seus gomos com tanta força e com uma boca e dentes tão frouxos que era-lhe impossível que não emitisse sons. Era velha e feia, e tinha as costas um pouco curvadas por força antiga e insistente da gravidade. Os cabelos pretos que iam terminar num coque intercalavam-se com os brancos, já resignados e ainda um tanto desarrumados, grossos demais para que pudesse discipliná-los. Olhando o gomo laranja que agora lhe estava preso entre os dedos, chegava eu a ter dó dele, que rapidamente emagrecia e morria nos dedos de pele esticada e murcha, e cujas sementes eram cuspidas sem cerimônia no saco flácido. Lá, esperava ansiosa uma segunda mixirica, encolhida em seu canto tentando fugir de sua dona, e por estar escondida por acaso sob parte da roupa preta, acreditava que havia sido esquecida, mesmo que estivesse envolta em plástico transparente.
Depois de algum tempo e trancos, fechou o saco com calma, amarrou-lhe a boca e colocou-o dentro da sacola vermelha que dormia aos seus pés, perto de seus sapatos de avó. Então ajeitou-se, esticou o tronco, alisou a saia e um pouco da panturrilha coberta de meia-calça negra, e ainda puxou as lapelas de seu blazer surrado. Abriu a bolsa e retirou um livro cuja capa denunciava ser da mesma coleção que o meu, mas, sem óculos, não pude distinguir as letras que o encabeçavam, que dirá a sinopse no verso, que ela me mostrou como se soubesse da minha presença ali, ou da minha atenção grudada em si. Virou-o, então, de barriga para cima, e por um tempo apreciou sua capa como se não o fosse abrir, mesmo como se tivesse preguiça de fazê-lo. Ajeitou os óculos amarelados no rosto flácido, erguendo as sobrancelhas para ajudar a desgrudá-los da pele; acarinhou por um segundo seus companheiros pretos e brancos na cabeça e mais uma ver puxou para o lugar as abas da jaqueta de linho. Realinhou as pernas que terminavam nos sapatos gastos e na sacola, olhou rapida e atentamente a saia, ajustou as escápulas nas costas do banco vermelho e azul e mexeu os músculos do nariz, brevemente testando a nova posição dos óculos. Então, corriqueira, inclinou o livro de capa dura nas mãos riscadas o suficiente para fazer abrir suas páginas com mais facilidade e, alisando a página com uma das palmas, começou a ler como se tivesse todo o tempo do mundo. E quem sabe tinha.

20 de junho de 2008

V de vitória

... e eu vertendo o vazio em volúpia.

17 de junho de 2008

Rô,

Até o fim da vida esperarei que você me ligue e me conte como tem sido esses todos anos que você tem passado escondido.

16 de junho de 2008

Achei lindo, mas pareceu-me acaso que o autor escrevesse tão bonito assim

"As cartas não mentem jamais e elas mostram um futuro negro pra nós hoje, na etapa de outubro do Campeonato do Carrera. Pelo menos foi o que me disse a Lady Saturnina, famosa astróloga, vidente, jogadora de tarô e lavadora de pratos do boteco aqui da esquina, que consulto nos momentos mais decisivos."

Sobre a força do cinema, minha frustração por não fumar e o querer sem querer fazê-lo

Não, a força do cinema é muito forte. A escrita, em filme, sempre foi sinônimo de alternativismo, sempre foi amiga íntima da boemia. Daí você vê um escritor displicentemente sentado em sua cadeira de madeira carcomida, acompanhado de uma garrafa de cerveja sobre a mesa e o cigarro amigo nos dedos finos. E aí então, depois de anos vendo repetidamente isso, você acha lindo. Daí escrever você gosta, ama, escrever é você, e você pára e pensa: porra, mas agora, sentado aqui pra escrever, cadê meu cigarro e minha cerveja? Porra, mas eu não bebo nem fumo. Porra, que corta-tesão da porra. Então agora, sentada na cama mais confortável que as cadeiras meia-boca, mal tenho um copo d'água. Além disso, não fumo, não quero fumar, não pretendo fumar. Porra, e agora? Agora senta e chora, ou melhor, escreve, que foi o que você veio aqui fazer, e torce pra que alguma coisa preste. Pensa que você pelo menos não terá câncer de pulmão(e olhe lá!), nem vai morrer de cirrose. Mas faz favor de não lembrar que Vinícius era cachaceiro, mulherengo, absolutamente boêmio e morreu quase sem fígado e todo mundo paga um puta pau pra ele. Abraços.

15 de junho de 2008

Maria como se fosse um rascunho

Gosto do nome Maria. Um dia já não gostei, mas hoje gosto. "Maria" me passa a impressão de um rascunho, como se fosse uma folha em branco prestes a ser criada, como se dispusesse todo o espaço do mundo para um começo e uma criação sem raízes e sem pré-conceitos, como se fosse um papel sorrindo para você, dando-lhe tempo para pensar no que fazer. Maria me parece uma leveza de espírito, como uma brisa de alma, a única maneira que verei o tempo como algo doce. Maria é como o tempo, só que doce. Maria é calma e pode ser passageira, e tudo o que queremos na vida é poder determinar o que é passageiro e o que não é. Maria é leve como um sorriso; engraçado, porque sorrisos nem sempre são leves. Maria é uma sinceridade, o que deve ser bom pras Marias, já que o ar de frivolidade não vem incluso. Maria pode ser frívolo também, mas aquele frívolo de tarde de bar, que você quer ter, como uma graça para aliviar seu dia e seus músculos retesados. Maria é como uma disposição para fazer o que se quer, talvez até como uma boneca inflável está disponível para seu bel prazer. Maria é tipo uma boneca inflável. Maria é meio que algodão doce, meio que cheio de açúcar e com gosto de nuvem. Maria pode ser escorregadia, mas sem sentido ruim; Maria é como água no pescoço. Maria é um espaço para pensar no meio do dia, Maria é o pousar do garfo depois da refeição. Maria é a aproximação calma de algo que lhe tocará o braço lentamente, chamando sua atenção para qualquer coisa simples que você deixou passar. Maria tem olhos de uma expectativa bondosa, ou de uma surpresa real, sincera, genuína de quem não tinha cogitado alguma coisa.
Imagine Marias traiçoeiras, deve ser engraçado, deve dar quase uma graça à maldade. Imagine que fora de lugar uma Maria vingativa e uma Maria má pelo prazer de ser má. Deve ser engraçado, quase um deboche. Ainda assim, imagine que poderosa uma Maria vingativa; dá-lhe quase um ar de sensualidade, algo como uma cat woman em nossas mentalidades sexuais aguçadas. Marias de sorrisos atravessados, Marias olhando de soslaio, Marias de mãos de unhas vermelhas. Maior sensualidade que a sensualidade simples não há.
E que muito engraçado é saber que isso é mera brincadeira da minha mente, mero jogo de palavras e impressões e visualizações, e ilusões de brinquedo e de bolso. É que a ilusão é o primeiro do prazeres, mencionando Wilde, e bem sei que preciso de novos.

10 de junho de 2008

Fato

Amo mais sem ouvir freqüentes eu te amo.

Microcosmo, microcosmo, microcosmo

Meu momento de egoísmo:

mesmo tudo vive sem mim, mesmo tudo, tudo se esquece, não se pode viver ligado a tudo todo instante, tudo se desvanesce e eu sorrio, ainda, e ainda olho presentes como se fossem pessoas, e ainda amo, e ainda vivo surrealidades. Mas tudo vive sem mim. Às vezes tudo bem, mas hoje não muito. Quero alguém que também possa amar meus pecados e excentricidade. Que arregale os olhos nos momentos certos, mas que não seja de espanto, a não ser que o espanto seja da beleza da podridão. Quero alguém que também conte suas feiúras no ouvido, e não tenha medo de ser feio. Quero alguém que não se espante.

Boa noite, e boa sorte.

Sentei-me no meio daquele quarto largo, meus escritos espalhados pelo chão de cimento, e sorri para eles, meus amores, compreensivos e pacientes comigo como nem eu sou. Abracei-os e amassei-os e amei-os como não amam a mim, como não se ama a ninguém, sem o pudor sexual de lhes roubar os gritos. Senti um pouco de dó por eles(,) por isso, todo mundo deveria sofrer o ataque do ímpeto sexual de alguém. E os acarinhei a testa, ajeitei-lhes os cabelos, beijei-lhes os rostos como uma mãe e os pus para dormir em meu peito. Senti-me miserável por serem eles miseráveis, mas senti-me realizada também por haver quem os aninhasse, mesmo que sendo eu. Vi impassiva o sangue escorrendo pelo pescoço de um e olhei para minha barriga em meu automatismo egoísta e achei ali o mesmo caminho de sangue. Sorri e toquei-me com os dedos delicados, como delicados não são quando louca(e então sã) estou, e percebi que por mais que o limpasse, mais viria, e então deixei-me esvair mesmo naquele chão áspero, e até aprendi a achar um tanto bonito depois de algum tempo. Peguei uma barra de cereias e uma revista qualquer só para passar o tempo enquanto permanecia sentada ali, tentando fazer com que eles dormissem, com que eu dormisse, com que pelo menos um pouco de mim dormisse. Mesmo como fazemos na sala de espera do dentista. Passei a mão no pescoço, lembrei-me do problema de coluna, deitei-me do chão com os escritos para me fazer mais próxima, contei-lhes estórias que desconheciam, beijei-lhes novamente, amei mais uma vez suas palavras, apreciei seus pontos finais e suas vírgulas, achei-os belos e feios, mas ninguém pôde dormir. Estávamos atentos e em guarda, nos protegendo de qualquer brisa - que se diria boa - que pudesse vir de quaisquer dos lados, nos abraçando para nos manter vivos; cada parte, se sumisse sem o consentimento das outras, decretaria o fim de si e de todos. Abraçávamo-nos todos sem carinho e sem afeição, preocupados com nós mesmos e com o fim que espiava atrás da porta, esperando pelo momento em que nos perderíamos de nós. Iludíamo-nos pensando em nossos laços, pensando que eram de amor, enquanto nos agarrávamos feito animais, nossa essência toda à mostra, beijando-nos com as bocas espumadas de medo e tormento. E depois de tanto tempo, de fazermo-nos rede, cabana, barco, savana; depois de nos protegermos da chuva, dos raios, dos maremotos e dos desmaios; depois de tudo isso nada mais veio. E ainda que estivéssemos felizes por avistar novo abrigo e avistar nova vida, morríamos em silêncio e estranhamento por não sermos mais a vida um do outro.

9 de junho de 2008

Barrigas cheias e cavalos de exímia dentadura!

A gente acredita, fácil, se precisar, na nossa felicidade, no nosso calor, e na nossa completude. Mas, acima de tudo, e ainda sem medo, na nossa felicidade.
Nossos bagels de chocolate sorrindo na hora do almoço, e não é saudável, não é, seria melhor se tivéssemos ao menos uma hora inteira de intervalo de almoço, mas são meia hora, meia hora deve ser mesmo o suficiente. E eu não sei o que os médicos dizem sobre isso, mas o supermercado está cheio a essa hora do dia, todo mundo tem meia hora de almoço, imagine eu ter uma inteira! Haha! E olha só irmos ao parque num sábado de tarde de bicicleta, toda a família de bicicleta, que lindo! São meus filhos, são meus filhos, sim. É, eu achava ser um tanto cedo tê-los nesse momento, mas ela quis, ela quis, diz que os óvulos envelhecem também e pareceu expressar um medo de que eu a deixasse e, bom, em determinado ponto eu quereria ter filhos. Eu quereria ter filhos, certo? Quer dizer todo mundo os quer! Hehe. Todo mundo reclama, mas todo mundo os quer. E então em casa, agora já domingo, temos fish&chips. Fish&chips, olha! Quer dizer, que mais posso querer de um final de semana feliz de família britânica que não fish&chips? É mesmo o ponto alto do fim de semana, sem dúvida. E tudo bem que hoje ela não quer dar pra mim, tudo bem, eu entendo, quer dizer, ela tem suas próprias preocupações e eu também tenho que trabalhar naquele relatório que devo entregar na quarta. Quem sabe mato alguns almoços pra agilizar; mesmo que sejam só de meia hora acho que ajudarão! Hehe. Sexta que vem levar as crianças para ver Iron Man, deve ser bom. Quer dizer, não sou fã de super heróis, mas deveria ser, né?, sou homem, afinal! Deveria ser sim, é, o problema sou eu, não sei porque não gosto, talvez alguma coisa tenha dado errado na minha infância, culpa dos meus pais. Quer dizer, pensando bem, eu gosto de quadrinhos, sim! É, ver Iron Man vai ser excelente! E também Richard merece, tem ido bem na escola. Tenho de me lembrar de comprar aquele PlayStation 3, tenho sim, ele me mata se eu esquecer. Mas é que é caro, sabe? Teremos que apertar um pouco o orçamento. Mas ah, vai dar, vai dar sim! Quem não vai dar é minha esposa. Quer dizer, não! Não, não tem problema, não tem não. Tudo bem que não transamos tem uma semana, mas também não somos máquinas, né? Hehe. Não tem problema. Para onde será que iremos nessas férias de julho? Temos que começar a planejar, afinal não é sempre que tenho férias! Haha. Talvez algum lugar tropical! É, acho que sim. Espero que Anna não se importe. Quer dizer, ela sempre detestou sair do país, mas acho que vai gostar de um calor tropical. Se bem que também não queremos ir para um lugar muito quente, né? Imagine pegarmos uma semana inteira de 28 graus! Muito calor, muito calor. E também será que em lugares tropicais as pessoas falam inglês? Temos que pensar. Talvez seja melhor mesmo ficar por aqui, casa é sempre um bom lugar, não é? Ouvi dizer que nalguns outro países as pessoas até conversam com estranhos! Assim, no ônibus mesmo, sabe? Coisa estranha. Se dizem bom dia do nada, entende? Se olham nas ruas, no elevador. Nossa, deve ser tão terrível. Será que eles gostam? É que assim, é sempre bom manter uma privacidade, não é mesmo? Hehe. É, talvez seria legal se as pessoas fossem um pouco mais calorosas aqui, mas, ah!, gosto muito daqui, acho que assim está bom, não vamos reclamar de cavalo dado, né? Tenho já uma esposa muito querida (que não dá sempre pra mim, mas ah, quem se importa com sexo?) e dois filhos queridos! Uma família exemplar! Oras, do que eu estou reclamando?! Sou mesmo muito exigente, entendo porque Anna vira e mexe se irrita comigo. Eu deveria ser mais maleável. É, sim, vou trabalhar nisso.

Nunca satisfeito

A lua meio dourada piscando pra mim pela janela, mas eu queria que fosse ele, dentro do quarto.