24 de novembro de 2009

19/08/09

I was lying in my bed last night
When Poe came along
He was sad, I guess, or that was just his normal state
Wore black and his clothes seemed torn, but black is a tricky colour
He looked at me with such pity
That I cried because it was Poe and he pitied me
And with an unfortunately never ending movement he swept from my forehead my long fringe
And he seemed to love me like he loved Berenice before
When he did not love her
So I felt pretty and unlovable, like Angelina Jolie
Like pretty, boring songs
Like the Pope
Like too famous an artist,
But then again I have said this already
Then Poe was my mother, this seemed somehow a dream within a dream
Only poorer
And my mom had a rope, something as if she had a hope
But it got me despaired and not relieved, as I would think
And somehow the feeling of having
A lot to do the next day gripped me
And I cried remembering my cradle
And those cheap teddy bears which eyes always fall off and leave them weirder
And then, being my bed quite brown and dark
Well I felt in a forest, then I felt in a zoo
And when I got up
The zoo was there still, which was weird
And out of place
I mean they were my friends.

20 de novembro de 2009

amores novos têm o formalismo mais ridículo que há.
amores nervosos têm a tranqüilidade mais bizarra.

isso não é um diálogo - nem uma alusão a magritte, a não ser que se pense Le Tombeau des Letteurs, Magritte At Pistol River e alguns outros

"quando me apaixonei por ela, já não tinha mais jeito"
"já não tinha mais jeito mesmo antes"
"é certo que ela queria, mas depois.."
"ainda tem jeito?"
"não tem mais jeito"
"eu espero"
"eu preciso é de coragem"
"não espera não, vai"
"não tem jeito, eu espero"
"eu não tento esquecer"
"eu esqueço, mas depois.."
"isso faz tempo, será?"
"isso faz tempo"
"dá nada"
"dá nada mesmo não"
"dá; eu espero"
"um dia dá, é tão inevitável"
"não se evita, ela vai ver"
"vai sim"

17 de novembro de 2009

the clock ticks, i still think that bunch of things, i still crave, i read that old writings and i see them as memoranda now, how could i not.

2 de novembro de 2009

perdi a simplicidade ou nunca tive?

1 de novembro de 2009

tem umas coisas que não fazem sentido e acabam sendo meio ofensivas

na chegada no colchão

Ah, se me causasse na alma menos que esse transbordo, menos que esse excesso de uma consciência prematura e inimiga. Ah, se soubesse descansar como descanso em seus braços que não me querem. A generosidade do meu lado que confere calma e as boas mentiras dos banheiros públicos. Busquei em Josué carinho e em Carlos Drumond de Andrade mais que um abstracionismo que não enche barriga. Busquei em Maria Aparecida que aparecesse.
O mar é um vômito da noite. De manhã ressaca e mata. O mar é a língua da noite, e seus cabelos tão arrumados...
E perdi, por fim, o fundo raso da minha tranquilidade. Não estou tranquila, não sou, mais, tranquila. Tudo agora me é resto. Tudo que consigo, agora, me é resto. Vejo a mancha caminhar o xote da minha incapacidade. Os olhos enamorados das circunstâncias me desprezam, e eu, menosprezada, olho. Todos os corpos são azuis, e são inchados, e vão morrer. Mas eu não vejo assim. Vejo um som grosso e burro ao redor das coisas, não ouço mais nada. Tudo é um rumorar distante ou um desinteresse ruidoso. Tenho tédio, minha ação se chama tédio, até a própria disposição, é tédio.
Não tenho sequer um interesse na dança dos corpos. Tenho preguiça em pensar em atos sexuais, e quando penso, preguiça de pensar executá-los. O miar do gato é pura malcriação e eu quero dois copos de pinga. Duas doses. As palavras agora formam desenhos além de serem só nomes, e eu estou sozinha sem os erros da sua interpretação enviesada.
Eu não só quero que você me queira, eu quero ficar sozinha em casa. Só hoje reparei que estar arruinado é ser ruínas, e invejei com todas as forças a perfeição desse senso estético. O ciclo completo de ser ruínas. Picasso inveja. Mas não precisa se preocupar: todos os seus críticos lhe dirão ruínas mesmo sem que o seja, porque o bom da fama - e da infâmia - é poder ser tudo sem ser nada.
Quando mamãe me disse que papai morreu, pensei logo em ser advogado para ficar, além da minha parte, com a dos serviços da lei. Antônio, disse seu-moço da fazenda, tem quê de se apoquentar não que eu já tô indo. E dormiu com a varinha na mão.
Lisa era boa, mas era fria.