"Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias." F. Pessoa
28 de setembro de 2007
Dias de cão
25 de setembro de 2007
Today's Fortune
Ainda bem que eu sou dos que não levam a sério.
Sobre (re)começos
21 de setembro de 2007
Vale tudo
You writer, you liar
19 de setembro de 2007
Sobre meus melhores quatro meses
"Eu matei Mufasa"
18 de setembro de 2007
É bem curioso
17 de setembro de 2007
Sobre perdão
"I gave me away I could have knocked off the evening But I lonelily landed my waltz in her hands In a way I felt you were leaving me I was sure I wouldn't find you at home And you let me down You could have knocked off the evening But you lonelily let him push under your bone You let me down It's no use deceiving Neither of us wanna be alone And you're coming home
I gave me away I could have knocked off the evening But I was lonelily looking for someone to hold In a way I lost all I believed in And I never found myself so alone And you let me down You could've called if you'd needed But you lonelily got yourself locked in instead And you let me down It's one thing being cheated But you took him all the way through your bed
And now you're coming home And I'm trying to forgive You're coming home And I'm trying to forget You're coming home And I'm trying to move on You're coming home And you haven't called yet You're coming home I gave me away I could have knocked off the evening But I lonelily loomed her into my bone You let me down There's no use deceiving Neither of us wanna be alone"
Damien Rice - Lonelily
13 de setembro de 2007
Sobre validade
Sobre furor
Sobre calefação
Sobre nada
Qual a especialidade da primeira vez? De tudo, se alguma vez deve ter algo de especial, pensar-se ia que seria a última. Mas a primeira? Depois da primeira há a segunda, a terceira, a quarta, a quinta vez. Depois da primeira há a repetição, e com a repetição há o decréscimo do valor, da importância, da especialidade. A primeira vez abre um ciclo, abre um leque, abre conseqüências, abre uma nova perspectiva de tudo que é novo, e tudo que é velho e tudo que já se foi e tudo que virá. À última vez, nada. O que se segue ao último beijo?, o que se segue ao último olhar?, o que se segue à última hora?, o que se segue ao último soco?, o que se segue à última vez? E nossa cultura é a importância da primeira vez. O primeiro caminhar, a primeira palavra, o primeiro beijo, o primeiro cigarro, a primeira transa. E o último passo?, o último grito?, o último lábio?, a última salvação?, o derradeiro prazer?, o derradeiro amor?, a derradeira esperança? Depois há o espasmo. O choque dos olhos abertos e das bocas escancaradas sem palavras. O absurdo das mãos a centímetros e a infelicidade da última gota presa na torneira. O desespero consciente dos seis segundos de vida aos quais a cabeça decaptada jogada no cesto agarra-se na tentativa de fugir. À última vez, a lembrança. A mosca na sopa e o calo no pé, a rouquidão da voz e o cheiro que se foi; as pontas dos dedos grossas de esforço e o violão quebrado na prateleira, a dureza do sorriso da graça que já foi graça, mas que agora é retrato. À última vez, os retratos. Não, eu não quero o esplendor e a plenitude da primeira vez. Não quero os sinos, nem os badalos, nem os anjos, nem os astros, nem o brilho, nem a doçura, nem a beleza. Se puder guardá-los, quero-os todos para minha última vez, para meu último adeus, para meu último sorriso. Se puder guardá-los, quero mandá-los embora quando o sol tiver já ido e quando a noite for já minha, quando os olhos estiverem já fechados e meus pulsos acelerados, quando as pálpebras disserem boa noite e o corpo disser bom dia, quando as respirações ficarem profundas e a minha descompassada. Quando a noite for minha. Que depois dessa noite, mais nada.
10 de setembro de 2007
Sobre finais
7 de setembro de 2007
Para Sara, com todo meu amor e todo meu egoísmo
4 de setembro de 2007
Sobre nós
3 de setembro de 2007
Sobre prisões
2 de setembro de 2007
Sobre vontades
Quero água. Agora pra começar. Minha boca está áspera do sol do Porto, da tarde de ontem e da tarde de hoje. Eram o quê, 30 graus? Quero água. Pronto. Agora quero espaço. Estalar os dedos, fingir que tenho coisa boa a dizer, pensar que eu talvez me entenda e saber que entendo mesmo. Quero um texto cansativo pra quem ler. Um formato antiquado, parecendo um caixote que é pra baterem o olho e mudarem de página. Não quero que mudem de página, mas faz parte. Quero palavras. Quero olhos sobre mim, de que natureza forem. Quero respirações ruidosas pra me lembrarem de que não sou só eu que não estou achando fácil. Quero telefone. Para jogar na parede e deixar bem claro que eu ODEIO telefone. Mas uso. Uso porque odeio mas não sou mongol de negar os benefícios e, de uma forma ou de outra, quero vozes perto. Quero perder o pudor de ligar pra quem vai achar estranho receber um telefonema. Queria ouvir a voz de Mariana Vassallo, mas não liguei quanto tinha cartão nem vou ligar agora que não tenho nem vou ligar quando tiver porque não gosto de telefone e para depois poder ter algo para brigar comigo mesma. Quero mesmo ouvir a voz de Mariana Duarte. Mas assim, ao vivo, que é pra fazer bastante efeito. (Quero, só por isso, Dezembro. Mas depois quero Setembro de volta.) Quero dirigir. Quero ser boa motorista. Quero saber reduzir na marcha e não no freio, que nem Mariana 007 faz sem mesmo ver(a redução na marcha). Quero ameaçar atropelar pedestres só porque é engraçado. Quero correr num campo aberto e, já que estou na Europa e estou falando de coisas que são desejos e que não serão necessariamente realizados, vou ser exigente: quero correr em campo aberto e melhor que seja na Inglaterra. Quero alguém comigo. Pra sentar então no gramado no fim da correria. Beto gosta de metáforas, mas acho que vai achar essa um pouco vulgar. Tem nada não. Quero menos calorias. Estou comendo horrores, devo ter engordado um pouco. Não sou de fazer dietas, nunca fiz, só de engorda. O que está para ocorrer é um controle de boca. Quero descobrir uma música nova boa tão boa quanto foi descobrir Smokers Outside the Hospital Doors. Quero tocar mais violão. Quero cantar numa banda. Quero cantar pra mim. Quero que Mariana 007 me peça para cantar mais uma música. Quero fazer uma música. Depois quero que digam que está boa. Quero então que me peçam para tocar de novo e, depois do ego bem enchido, quero que me deixem em paz. Quero apreciar o calado da noite, mas não porque não consigo dormir. Esse calado é mais um martelo, como está minha cabeça agora. Quero amigos. Novos porque não há outra opção. Quero amigos ótimos também. Bem divertidos, bem aconchegantes, bem amigos. Gostei de Lorena, parece interessante, deve dar boa companhia, espero poder descobrir. Por sinal, já que falamos dela, quero dizer que não gosto tanto de Aerosmith. Quer dizer, eu disse que sim, mas depois pensei melhor e o cara grita muito. Tem uma voz massa, mas grita horrores. Quero mais músicas de Amy Winehouse. Ah, lembrei, quero um laptop! Ajuda a escrever nos melhores lugares e eu não gosto de escrever à mão. Quer dizer, gosto, mas meu pensamento é zilhões de vezes mais rápido que minha mão direita e muita coisa se perde. Não sou como Mari Vassallo que gosta do desenho das letras porque quando escrevo rápido minha letra sai péssima. Calma e paciente ela é até bonita(!). Quê mais? Ah, quero descobrir porque gosto de uns cheiros repentinos de cigarro e odeio outros. Será a marca? Quero tomar cerveja. Sagres, que é a mais famosa daqui e a única que provei. No Brasil a cerveja é uma bosta, o que me faz questionar porque temos a tradição de adorarmos cerveja. Quero fazer meu curso de fotografia a tanto tempo planejado e depois quero uma máquina boa. Não precisa ser realmente boa, só boa pra começar.