13 de agosto de 2007

Sobre Blogs

Hahahaha. Não, blog não.
Não, sinceramente. De tudo, blog não. Quer dizer, fui eu quem sempre se ateve à falsidade dos blogs. Na realidade, fui eu quem sempre viu alguma falsidade em blogs: de resto, as pessoas levavam a existência e a veracidade das coisas neles muito bem. Mas blog pra mim sempre significou uma coisa ou outra: frivolidade ou falsidade.
De certo que eu encontrei blogs bons por aí. Não encontrei mais porque me irritava só de procurá-los, mas achei uma boa quantidade de blogs que valiam cada minuto da minha atenção. Postsecret.com é um blog e eu o acho o site mais fantástico que já puderam criar. Mas ainda assim eu via nos blogs alguma coisa suja que nunca pude efetivamente descobrir o que era. Minto. Pude sim.
No que tocava à frivolidade, eu relacionava eles a ela porque houve uma onda louca de "vamos criar blogs" numa época da existência do mundo, e eram todos ou rosinhas ou azuiszinhos. E então havia toneladas de discursos nos quais faltavam somente duas palavras: "Querido diário,". E eu sempre odiei diário. Minto, nem sempre. Eu mantive um na minha sexta série e esse é meu "Dirty Little Secret". [Viva a música na internet e sua potencialidade de criar trilhas sonoras para textos.] Mas enfim, eram todos diários e tinham todos bolinhas felizes e cursores aterrorizantesque te seguiam por todos os lados. Meu Deus, agora que estou pensando a sério acho que minha "melhor amiga" tinha um. Talvez, na realidade, o ponto que mais me chateasse é que eu sempre me achei profunda demais para essas "coisinhas" e demasiadamente não feminina para elas, e então me privava de coisas que talvez eu acabasse gostando. Calma, julga não. Pouca feminilidade é um dos meus mais permanentes fantasmas. E estou começando a acreditar que "privar-me do que eu talvez acabasse gostando" é outro que esteve sempre aí e que eu, injustamente, nunca lhe dei muita atenção. My bad. Mas isso aqui não é sobre isso, então pulemos.
Certo.
Quanto à falsidade, acho que era calcada na inveja. Inveja da liberdade de criação e formas de expressão de algumas pessoas. Eu achava assim, que se as pessoas fossem diferentes do convencional e tivessem um blog, que eram fingidamente diferente do convencional. E eu prezava pelas pessoas diferentes do convencional(nem tão diferentes assim) demasiadamente para continuar a valorizá-las se tivessem alguma raiz com algo fortemente vulgar como um blog. Leia blog com um tom de nojo.
Mas então um dia, a luz veio. E essa luz tem um nome, que não vou revelar por meros motivos de orgulho próprio. Isso ainda é algo a tentar (fingidamente) ser vencido. E então a luz me disse que eu estava sendo injusta (e acho que sutilmente insinuou que estava sendo dura demais e enganosa demais comigo mesma, e acho que foi aí que me ganhou) e idiota (ela é sutil para não me dizer com essas palavras. Se dissesse, eu deixaria de ouvi-la nesse instante. Ela diz que tem que trabalhar a forma de falar as coisas que eu não quero ouvir e nem sabe - nem eu sabia - que sempre as trabalhou. Seu nome deveria terminar com 'el') quanto a isso. Blog é algo realmente alternativo. Aí pegou pesado, disse o pensamento. Pode não ser falso ou vulgar, mas alternativo não é. 'É alternativo sim, veja', ela me disse, e me deu um ou dois argumentos que valeram por um milhão. E, bom, eu não acho, hoje em dia, exatamente alternativo, mas está em algum lugar próximo disso.
E eu era por demais rígida e cabeça dura e boba e vulgar pra ver. Mas veja lá, isso aqui é um blog. Gente! A coisa toda não gira exatamente em torno de ser um blog:
é meu blog.
Hahahaha! Isso é lindo, a Bahia é linda, o leãozinho é lindo. E eu me sinto absolutamente leve. Nada vulgar, nada falsa.

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