28 de agosto de 2013

neste momento eu mesma penso, quase sem pensar, no seu semblante desejoso de eu parar de adiar o momento decisivo de destruir as dúvidas teóricas que a ansiedade cria na presença de um silêncio prolongado, estendido, esforçado para aumentar o prazer da imprecavida resposta. Neste momento, desprovida de criatividade enquanto minha mente faz crer que o que eu vejo está de fato acontecendo, você se encontra pelada na mesa do bar, tomando um gole de chope gelado, que pinga tão perto do bico do seu peito. Tudo suspende-se, estou chocada, imagino o que os outros estão sentindo ao ver uma cena dessas, e me lanço com o canto dos olhos. Na verdade tenho muita dificuldade de prestar atenção em qualquer coisa, não tenho certeza do que vi, preciso olhar de novo para ver se estão vendo, mas preciso olhar pra você antes para saber se continua assim, nua na minha frente, displicentemente sentada na cadeira de madeira, me olhando como se me esperasse de alguma forma que eu não posso fazer nem ideia, imagine se eu esperava por isso, estou esperando há tanto tempo. Não consigo olhar para os outros, você está de fato toda sem roupa, e eu não tenho tempo a perder, os outros estão naturais aos cantos dos meus olhos, eu estou explodindo em todos os poros, será que estou gozando, penso enquanto gozo, paro de pensar na exata hora que alguém me pergunta qualquer coisa, será sobre a semana, será sobre o clima, será sobre o trabalho, eu tento escolher a resposta coringa da pergunta fática

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