5 de janeiro de 2008

Pode-ser-retrospectiva não reconhecida - ainda as renego

É claro que não, e também respeito as mentiras que conto para mim e também esqueço como é meu quarto no escuro, porque a gente esquece por medo da certeza e por incerteza da real certeza que se prega acerca da certeza. E é lógico que quero e que isso é risco de perdição, mas tudo é, mesmo que não se acredite, e talvez então a força esteja no acreditar. E espero, de pernas cruzadas e de pernas abertas os dias passarem, mas procuro mesmo vivê-los também, porque há muito espectador que vive de opinião da Globo mesmo que assista Record. E por vezes não tenho, ora bolas, essas certezas que outros têm e não acho feio achar o feio bonito. Também não me acho bonita sempre, até porque "sempre" é irreal, ou surreal, mas conheço o que o espelho não vê. E às vezes sou mesmo meio masoquista, geralmente para conhecer meus limites ou/e por achar que posso superá-los. O esfolar-se sempre ensina algo, e o band-aid também. Também deixo os outros se aproximarem e também me fecho sem porquês aparentes, e às vezes eles não existem mesmo. Tenho medos banais, ridículos, bizarros, típicos, muito típicos de mim. Ainda assumo coisas vagarosamente e algumas pouco pronuncio: geralmente espero pelo olhar que poucos saber dar para fazê-lo. Mas geralmente muito verbalizo muito ou tento fazê-lo e por vezes falo o oposto, mas acerto numa medida maior. Também acho irmãs e irmãos bonitos, e concordo na teoria com Matheus Nachtergaele e Renato Russo, mas sou um balde de incertezas ainda, e teoria nem sempre bate com prática, mesmo que os astronautas, com o nascimento da TW Hya b, tenham acabado de confirmar a teoria de Laplace e Kant acerca do nascimento dos planetas. E também tenho pensado muito e feito nada, como sempre foi, mas agora incomoda-me ao extremo não encontrar-me. Também tenho recebido cobranças sutis e leves, discretas, pacientes e que não se acham cobranças e que gosto, mas preciso fazer-me entender, preciso fazer entender que sou minha prioridade no momento, e machuco os outros e a mim por isso. Quero, lógico, rabiscar mais, em muros específicos e em quaisquer muros, mas quero menos que antes encontrar lógica nisso - ainda que frequentemente a encontre -e procure-, mesmo que ela seja exatamente sua própria inexistência. Não acho bom nem ruim a perda da tara pela lógica, mas, se perguntada, diria que acho ruim. E preciso ainda de mais coisas e de mais eu, mas vamos com calma: cresci horrores esse ano que passou, mas também não é fácil.

Um comentário:

  1. "O esfolar-se sempre ensina algo, e o band-aid também."
    (nada inovador, porém releitura genial)


    uma série dessas coisas que adoro ler de você;

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