26 de setembro de 2013

O coração pulsa, mas falha uma batida. Quase arrebenta o peito que por fora endurece. Eu penso em você porque você foi feita para isso, muito embora desconheça a força de se ver sem o espelho. Você violenta uma série de desejos que sem você não seriam violentados assim. Arranha na saída poros afora a sensação desalentadora de lhe olhar sem opção. Não sou eu que lhe vejo, que lhe busco, são meus olhos estúpidos que se tivessem todo o resto do organismo saberiam por completo a sensação que provocas. Em te querer, não te querer, ainda estou confusa em lhe olhar. Não cheguei a desejar o que minhas mãos são capazes de tocar, existe um infinito espaço que você deixa no ar quando está que ainda precisa estar curioso na minha presença. Encantar uma mulher acontece no fino vácuo ao seu redor. É preciso - às vezes imagino - não imaginá-la. É preciso, às vezes estratejo, não estratejá-la. É preciso, quase sempre me pego, não apegar-se a nada. Não desejar, pouco querer, não buscar. É preciso permitir ao desejo de tê-la não se completar, para que ela venha revoltosa e resoluta ensinar que sem ela nada com ela pode.

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