25 de setembro de 2013

Entendo o que queres dizer, muito embora rejeito o que me dizes; não é o que está nas palavras, mas nos gestos da sua boca. Entendo que lá dentro exista um coração... Mas eu mesma me calo, não há diálogo algum que saiba externalizar o que existe em mim, em mim apenas eu existo. O que posso dar-lhe, além de mim, que é o que já dou? Nada, muito pouco a mais... e não. Se me esforço, se vou a outro lugar, para onde fui, o que quis me dar? Não sei. Fujo ou fico? Passam as horas... Enquanto decido que nada há a decidir, a necessidade da decisão observa-me do ônibus ao lado... Brasília sua, e eu muda. Em instantes, parece que sou o polo positivo para tanta atração. O que fazer? Quanto medo há de medo não haver... Envolvida em tantos pensamentos de não pensar, em tantos sentimentos de não sentir, em tantos lugares de não estar e em tantas instâncias de persistir, deixo, vago, estou por existir.


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