9 de janeiro de 2009

hehe hehe nossa, nossa, quanta coisa heh

Eu só sou muito impaciente, muito impaciente, e às vezes vai crescendo em mim uma claustrofobia exigente e eu fico querendo confirmações de trinta em trinta minutos, mas confirmações são difíceis de se dar de meia em meia hora, de meia em meia vida, mas na realidade não são confirmações, são só preenchimentos de espaço, eu às vezes fico muito espaçada, muito vácua, muito aerífica, eu flutuo, meio que vôo, vou voando e de tanto voar me perco e fico louca, e coloco culpa na saudade de não ser âncora, ponho culpa em mim, porque os outros não são como eu e não lhes posso pedir nada, não posso pedir nada, que tortura, que peso, sou pesada, não sei ser de outra forma, nem sei se me amo. A saudade é uma doença que cresce no ossos, vai crescendo, vai crescendo, forma outra pessoa e ela é louca, eu sou louca, ela me domina e diz que sou louca porque sou ela, sou tudo e nada, sou imensa e abarco Lisboa, mas a abarco porque ela é triste e melancólica, e aqui não abarco alegria, devo gostar de ser sofredora aqui, aqui sofro, "Estou triste abaixo da consciência.", tenho medo de perder outros por ser, até do beto, que parece suportar até que lhe cuspam na cara achando disso algo interessante, tenho medo, acho, e nunca o conheci a fundo, não lhe contei absurdos, acho, nem nos alcançamos de fato e acho que agora sinto falta disso que não foi, "Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que não foram", não sei, estou confusa, quero um pouco de calma; na realidade só quero conversar, só isso, eu falo demais, daí quando não falo vou ficando grande, grande, imensa, abarco Lisboa e todo o mundo, sou uma âncora, abarco meu eu lírico e minhas paixões que não foram e meu medo de ser só, o medo dessa que é a Luiza a maior parte do tempo, que tem medo de ser só, porque sempre foi, acho, em termos de amor, isso é uma confissão e nunca a fiz em voz alta e ela num blog me mata e come os olhos, sofro, não sei se até o fim disso deixarei isso escrito, que medo, tenho medo, como tenho medo de me mostrar, acho que acho que serei só, talvez por conta disso seja divertida e tenha fama de engraçada, talvez tenha desenvolvido isso para ser de alguma forma querida, não sei, será? será? será? daí justifica não ter coragem de mostrar coisas azedas, quer dizer, sou azeda, mas mais quando acho que tenho de ser ou quando não vejo outra forma, quando não consigo ser pacífica, assim, sou pacífica e acho que paciente, acho que aprendi a ser calma, talvez mais por conta do desespero, não sei, queria que alguém me respondesse sobre mim, queria que alguém me falasse sobre mim, tenho leitores que só lêem, às vezes desespero, às vezes revolto, mas acho que em geral os acho egoístas, bastante, mas é como sempre são os espectadores. Sinto dores, maria das dores, tenho até vergonha de as sentir e tenho pudores com minha tristeza, tento negá-la para não pesar aos outros, às vezes a nego pra não pesar em mim, sou uma pessoa estranha e pesada, pesada, acho que peso mais de noventa toneladas e estou de fato engordando, mas logo emagreço, é preciso ser magra por conta do meu problema de coluna, minha mãe sempre lembra, e "abaixe o ombro direito, minha filha", porque ele é mais alto por conta dos 43º de escoliose, e acho que você deu, seu quadril está mais largo e você ganhou mais corpo, acabei largando amores que não quis por isso ou aquilo, que exigência, exigência, será?, ou devo ficar com o que tenho só porque é o que tenho e não devo querer nada se o que quero é demais, quero muito e não tenho. Nunca me achei a menina bonita porque nunca fui, outras no bando eram mais, não digo por mim, (mas também sei ver,) eu até me achava bonita, mas a maioria achava outras, assim, achava outras mais, daí esse complexo, daí esse complexo bem grande de beleza que não consegui contar para a pessoa que me deixa mais confortável porque tenho vergonha dele, e tenho mesmo ele em mim, e ela é linda e não entenderia, acho, assim, não compreenderia, não veria o porquê, isso é tipo não entender, é que nossas trajetórias foram diferentes, mariana também é linda e quando ela diz que sou sei que sou, mesmo que ela não diga eu sei que sou, mas é que a maioria, e enfim, é pesado às vezes, é, e no geral eu me convenço de algumas coisas, outras pessoas diriam que não preciso me convencer, mas na realidade sim, porque é o que acontece, sabe?, tudo bem, vou me convencendo, e convenço mesmo!, mas às vezes não consigo, não consigo não, e noutras..., noutras não sei, às vezes de fato sou, mas sabe, nunca o suficiente, tem sempre alguém mais, sempre teve, mas tenho melhorado bastante isso na cabeça, o complexo vai diminuindo, tenho mais confiança, mas ainda não sumiu, sabe?, mas estou muito muito mais confiante, chega a ser bonito, se você visse como era, era uma loucura. Vou nivelando por baixo, sabe?, nivelo por baixo que é mais seguro, vou pelo seguro, engraçado, né?, eu devia começar por não ter ninguém na vida, daí ia sendo como queria, rude mesmo ou estranha mesmo e daí se gostassem de mim já gostavam, sabe?, mas é que às vezes vou armada para gostarem de mim e gostam, daí quando quero ser mais dura, não posso porque sou mais mole pra eles, sabe?, é complicado, vejo pessoas que me dão a cara e tudo o mais e falam, me bate, me testa, vai porra, e eu fico rindo sem graça, falo "quê isso", desvio olhar e bato na própria coxa tipo "hehe, camarada, que engraçado, né?", daí perco a chance e sou molinha molinha, não dura, e quando quero ser morro dura sozinha dentro de mim, estranho, estranho. É que toda a vez que eu analiso ações estou errada ou sou infantil, sabe?, pros outros, digo, mesmo o beto disso uma vez e eu quis matá-lo, porque eu não estava sendo infantil, mas então expliquei tudo e ele entendeu, e eu não era mais infantil e foi bom, mas eu sou fraca fraca diante da minha família, não sei ser mulher, não sei não, é que mariana é muito, acho, os outros acham muito, ela é mesmo, e é grande e dá certo com as coisas, o tom desse texto está horrível, uma criança, quero parar. Mas entende, às vezes os complexos são grandes, o da beleza é grande, espera só eu falar do da ridiculariedade hehe.

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