16 de junho de 2008

Sobre a força do cinema, minha frustração por não fumar e o querer sem querer fazê-lo

Não, a força do cinema é muito forte. A escrita, em filme, sempre foi sinônimo de alternativismo, sempre foi amiga íntima da boemia. Daí você vê um escritor displicentemente sentado em sua cadeira de madeira carcomida, acompanhado de uma garrafa de cerveja sobre a mesa e o cigarro amigo nos dedos finos. E aí então, depois de anos vendo repetidamente isso, você acha lindo. Daí escrever você gosta, ama, escrever é você, e você pára e pensa: porra, mas agora, sentado aqui pra escrever, cadê meu cigarro e minha cerveja? Porra, mas eu não bebo nem fumo. Porra, que corta-tesão da porra. Então agora, sentada na cama mais confortável que as cadeiras meia-boca, mal tenho um copo d'água. Além disso, não fumo, não quero fumar, não pretendo fumar. Porra, e agora? Agora senta e chora, ou melhor, escreve, que foi o que você veio aqui fazer, e torce pra que alguma coisa preste. Pensa que você pelo menos não terá câncer de pulmão(e olhe lá!), nem vai morrer de cirrose. Mas faz favor de não lembrar que Vinícius era cachaceiro, mulherengo, absolutamente boêmio e morreu quase sem fígado e todo mundo paga um puta pau pra ele. Abraços.

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