"Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias." F. Pessoa
31 de julho de 2008
Jamais será possível ter tudo
30 de julho de 2008
23 de julho de 2008
Um papel não é um canteiro
21 de julho de 2008
Ver beleza na senhora de branco, do outro lado da mesa, arriscando coisas da minha vida
16 de julho de 2008
Eu não quis cantar, mas Gal insistiu
De toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia De ser o que é‚ Não me olhe como se a polícia Andasse atrás de mim Cale a boca E não cale na boca Notícia ruim Você sabe explicar Você sabe entender Tudo bem Você está, você é Você faz, você quer Você tem Você diz a verdade E a verdade‚ o seu dom de iludir Como pode querer que a Mulher vá viver sem mentir.
15 de julho de 2008
Deveria ser mais simples
14 de julho de 2008
12 de julho de 2008
"Teste para atriz" ou "Escolha o título"
Jaqueline deixou-me esse fim de tarde. Arrumou as malas com suas calcinhas e roupas e sapatos e cosméticos e trancou a porta na saída. Deixou os cds que não eram seus favoritos e alguns rascunhos de coisas que ficaram por fazer. Borrifou meu travesseiro com seu perfume exageradamente doce e colocou pasta na minha escova de dente pela última vez. Levou consigo alguns quadros, raras fotos, alguma memória involuntária, mapas do meu corpo, cigarros do meu maço para ter com quem conversar e até mesmo a abotuadura vinho da qual particularmente gostava. Ligou para mim às 18h27 e desligou logo em seguida, acordando para o automatismo com ligeira relutância. Chorou na porta do banheiro para não dizer que despedidas são naturais e conseguiu convencer-se. Caminhou aqui e lá fingindo não saber o que fazer, parecia uma barata tonta, encenava uma barata tonta. Quis crer não viver sem mim e pela beleza da cena fingiu querer e resistir a jogar-se da janela. Depois voltou ao banheiro para refazer o contorno a lápis dos olhos. Retornou à sala, sentou-se no sofá como Senhorita Rosa e fumou um cigarro com as pernas cruzadas. Lembrou que me chamava de 'grande amor' e riu pelo nariz, soprando fumaça. Passeou de braços cruzados, olhando as fotos na parede e debochando de nossos rostos em algumas. Tornou-se, apagou o cigarro no cinzeiro com o mindinho erguido, colocou alguns livros sob o braço e deixou-me um adeus no computador, sem beijo na tela.