2 de maio de 2014

A poesia não é suficiente para explicar o nosso desentendimento. É preciso não dar as voltas sentimentais que se dão por dentro, abreviar-lhe as expectativas das minhas buscas, reduzi-las, poupá-las à sua criatividade de sempre encontrar buracos nas minhas frestas. Vamos tirar este som de estórias musicais de outros romances, de buzinas angustiadas a empurrar a preocupação do futuro e da família ao interior da minha barriga faminta, a transformar os meus sonhos em pressas, os meus desejos em infantilidade, a minha seriedade em obrigação. A confundir o presente e os projetos, a fabricar a necessidade de ser outra coisa, a mentir toda a minha insensatez em imaturidade. O tempo que se faz necessário não é requinte, é condição.

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