Chegou em casa. Subiu as escadas, nem mesmo o cachorro do andar debaixo implicou, como invariavelmente, com o barulho dos sapatos. Tudo dormia. Cheirava aos mais variados entorpecentes e a três ou quatro perfumes masculinos. Girou a chave, a maçaneta, um cacho, os ombros, e com carinho e inconsciência alisou a escápula esquerda. Confundiu as chaves na fechadura, caminhou piso frio adentro, não queria saber do lirismo que não fosse libertação. Colocou um cd e escutou a música errada, fechou a porta do quarto e dormiu de calcinha. Costurou imagens e sons, atentando para não rever rostos ou toques, sorriu com deboche e prazer dos cheiros de álcool e suor e, por mais que não sentisse o do tabaco, com curiosidade observou-se cuspir fumaça, prazer e dor. Pensou em dicotomias, fenomenologia, meteorologia e acordou com um terremoto. Tudo caiu e ela nunca mais foi a mesma; mas já não era.
Day by day, step by step, this dying gets more and more delicious. And painful. Bruiseful. Achinful. Lostful. Losinful. Longinful.
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