30 de novembro de 2008

A crise das conjunturas

Que ontem me pareceu insuportável e insustentável, e, oras, afinal era, e o caos das estuturas não era mais abraçável especial e exatamente por ser caos, e eu então insegura não sabia se o caos que eu abraçava era na realidade abraçar o caos ou simplesmente achar-se com os braços nele envolvidos, e nem se cheirava bem ou se era atraente eu sabia dizer. Olhei com meus critérios para a criatura nos meus braços e dos meus critérios não soube saber o que é que era a criatura, nem de repente soube achar meus critérios, e achando uns antigos e rotos não sabia se deles achava graça nem sabia por que ou como os achara. Então a compreensão de tudo que deveria mas não pode ser escapou-me pelos dedos, pela hostilidade e pelos dentes que, entreabertos sem razão lógica aparente, agarravam um cigarro ainda não aceso. Todo o entendimento e a complascência com as vidas que vivem com outras vidas dizimados pela raiz e eu com a raiz nas mãos para depois recolocá-la no lugar. Meu Cristo Redentor belo soltando fogo pela boca e pelo corpo, com as mãos em mim, nenhum outro corpo se encaixa tão bem em mim, talvez o violão e outros variados instrumentos musicais, mas não entram, como Cristo, com essa facilidade e delicadeza mesmo que de forma áspera e ágil. Meu Cristo, com as mãos em mim, outra no cigarro, eu completamente apaixonada, é claro, como seria diferente(?), como não(?), como sim, guerrearei em Portugal mais uma vez mas não consigo preparar-me para tal como não consigo preparar-me para os exames da semana que se enfia, nada se enfia nesse meio militar a não ser com amor, foda-se o amor, no meu quarto agora há três camas e é possível fazer uma orgia. E eu ontem louca, na quebra da segurança ontológica, achando que para se perder há um caminho.

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