6 de março de 2014

Sobe a ladeira o incrível momento dentro de mim. O espaço sideral deixou há muito o seu caminho indescoberto na minha janela, e todas as incríveis descobertas que faço parecem insuficientes diante da interminável provocação daquilo que ainda não se sabe. Os anzóis, postos em todos os lugares, passam por mim risonhos a procurar presas mais desavisadas, menos exigentes dos amores desta vida, enquanto, apesar de tudo e dos outros, estou a procurar outras que não me procuram. Segue a rotina um jeito desajustado de surpreender-me, enquanto me nego a me enquadrar na batida do ponto. Estou, entretanto, em várias noites, como outras pessoas sem rumo, loucos à deriva à espera de um primeiro agrado, um primeiro gesto, um primeiro estado de coisas a perseguir. A resistência empurra a minha própria persistência. Há silêncio em mim, enquanto ainda nada acho das coisas que começam a ser achadas.

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