Fazer do amor algo belo. Porque te desejo tanto quando você consegue ser você e ser só você e não ter medo, e te desejo tanto mais quando sai de debaixo da minha saia, e debaixo dela só esconde a mão e o pudor e sabe respeitar suas próprias vontades sem ver nisso desrespeito por mim. Que te quero mais quanto menos achas que fere meus sentimentos e a beleza do amor. Isso me é tão nítido que tenho medo de que jamais consigas fugir dessa amarra que é minha personalidade pesada e o peso dela em seus olhos. Não sou leve e, por mais que ache bonito quem seja, não quero ser. Sou todo esse corpo pesado que você vê e continuarei sendo, e até meu colchão densidade 33 tenta se adaptar à carga que carrego por dentro. Saiba ser, que eu sou. E só. Não se incomode com os pudores sociais de ser belo e dar-me mais amor que tesão, que não é isso que quero. Pergunte-me o que é que quero se por instantes te fugir as intenções da minhas vontades. Ou ignore-me se for demais e se não for o que quiseres. Seja. Não seja prisioneiro, não quero prisioneiros, quero colegas de fuga. Somos escapes e podemos assim ser felizes, você não vê? Só há beleza se houver leveza. Não se preocupe com minha ótica e o que eu vejo de você, que se não tentares ser nada por medo, nada verei, nem quererei. Tenho um pouco de medo do que quero e você não pode dar; você sabe que há coisas que simplesmente você não pode dar (ah!, o problema da estrutura). Períodos de vida são de fato compliacdos, você sabe, eu sei, sei lá como faremos, faremos. Não dando certo, não deu; sejamos leve e saibamos caminhar. Tempo ao tempo e espaço para nós. E, vamos lá, carro atrás dos bois.
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