5 de maio de 2013

imagino-a

de costas, abre a geladeira. Procura algo que não sabe, mas sabe que vai encontrar. Se inclina, eu estou logo atrás, do início da sala, sentada em uma poltrona fofa que não consegue ser agradável como a visão das suas pernas de fora de um short simples, sem botões nem zíperes, e tem uma camisa por cima que lhe cai quase na barra do calção. Dá a impressão que poderia estar só de calcinha. Mas eu sei, por força de algumas horas, que ali não há nada que lhe cubra o que quero. Levanto, sigo até lá, e o corpo dela pela frente está gelado gelado. Ponho as mãos pelo início das coxas, onde já não se sabe se ainda é quadril, ela faz que vai fechar a porta, mas é deslise do desejo. Ela bota a mão sobre um pote de comida, percebe que não é isso que quer; eu escorrego meu juízo coxa abaixo tão devagar, já começo a ficar tonta dela, que dá tempo de ela olhar mais o leite, viu que não é isso, a manteiga, também não; virei a curva sem outra solução, como se o calor ali não pudesse fazer outra coisa comigo, ela tentou fechar uma perna na outra, mas foi sem querer. Abriu logo, não conseguiu fechar a porta e com a garrafa d'água na mão, inclinou todo o corpo entre o V da porta aberta do refrigerador. Abraçou a porta com o lado do braço o bíceps, se segurando de besteira de mim que já a segurava, segurei mais e puxei o corpo antifrigorífico, ela veio, e veio vindo, veio vindo esbarrou em tudo em mim, bateu o corpo todo de maldade, encostou bunda, costas, joelhos, panturrilhas, calcanhar, lordose, pulmão, escápula, bateu a nuca e o pescoço dobrou até sua cabeça deitar no pé da minha orelha, que ela judiou. Depois de me lamber, meus dedos atravessavam sua pele, que ela me deu a noite toda.

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