14 de abril de 2013

Longos espaços de verde conduzem a minha alma para o vazio. Nada acontece aqui dentro. Minha angústia revela uma paciência perdida, um equilíbrio esquecido, uma meditação partida. Não tenho caminhos para onde ir, e o longo abandono do relógio transforma as horas em mais. Tenho os olhos ultrassensíveis para a chuva que cai, e quando pensam que a antecipo é porque já a vejo há algum tempo. Nenhuma criatividade me busca. As horas que passo sozinha e sei esvaziar-me, ao contrário percebo-me inflar de branco. Buscar a paz interior sozinha é ostentar encontrá-la. Por isso me calo tanto, porque se não me ajudam a buscá-la, não revelarei os meus caminhos.

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