2 de maio de 2011

Os almoços têm sido todos esquisitos. Rápidos, o brócolis não se chama mais brócolis, o arroz não é mais arroz, tomate não atende pelo nome de tomate: tudo agora, indistintamente, se chama comida. Quando não, fome. A carne dá o ar da graça quando quer. As horas são todas uma loucura, do rachar do sol ao nascer da luz, ar condicionado. Respiro; junto, o mac. Sofrido, coitado, ainda sem tempo de ir à autorizada ver porque é mais difícil que os outros que conhece. Sinto estranhas dores nos olhos que são as primeiras de sua geração. Mantenho uma relação doentia com o celular, apesar de não lhe ter afeto quase algum. Penso em fones de ouvido, HDs externos, mas não sonho. Muito corrida, a criatividade faz piadas, em geral muito obscuras: seres sobrenaturais saídos de privadas e olhares através da porta - acha que esconde que está difícil. Pensar sem pensar estraga o dicionário.

2 comentários:

  1. eu gostei disso.
    trata um estranhamento através de comida, e de coisas concretas, de um jeito curioso e interessante.

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